Foto: Denis Nishimura
No Brasil a gente percebe um preconceito de maneira sutil nas palavras e gestos de algumas pessoas. No Brasil, na minha época de escola, os negros e orientais sofriam abusos de todos os lados, desde apelidos até “brincadeiras” fazendo alusão a cor da pele. Hoje, apesar de sobrar alguns poucos indivíduos com essa mentalidade atrasada, o Brasil já deu largos passos no quesito tolerância e convívio com quem é de certo modo “diferente” e não se encaixa nos padrões pré-estabelecidos pela sociedade. O Preconceito racial, a homofobia e outros tipos de intolerância estão sendo postos de lado pelo fato de a sociedade perceber que diante da lei somos todos iguais sem distinção de qualquer natureza. Tanto no Brasil quanto no Japão, racismo e preconceito declarado é crime passível de punição, mas algumas pessoas ainda não entenderam a gravidade de atitudes tão ofensivas. A placa acima foi fotografada próximo ao Consulado do Brasil em Nagoya e o seu conteúdo mostra nas entrelinhas como nós somos vistos neste país, ou pelo menos, como algumas pessoas nos vêem... Para os japoneses que lêem essa placa fica a impressão: “Brasileiro não está nem aí para as leis... Estaciona em qualquer lugar, mesmo que isso cause transtorno para outros...” Eu acho que essa placa deveria ser dirigida a todas as pessoas e não aos brasileiros em especial. Para tanto, deveria ser escrita em japonês (idioma local) e em inglês que é um idioma universal.
Um ano no Brasil e eu já tinha me esquecido da minha vizinha japonesa racista. Foi um ano de Paz, mas ao retornar para o Japão, ela despejou sua intolerância com toda força. Antigamente ela batia a porta ao entrar e sair com tamanha força que o barulho ecoava no meu apartamento. Certas noites, tipo alta madrugada eu acordava com os gritos dela dizendo coisas do tipo: “Eu odeio esses estrangeiros!!! Por que eles não voltam para o país deles?!!! Nikkeis brasileiros são esquisitos... Dá um mal-estar só de olhar para eles!!! O que eles estão pensando? Este não é o país deles!!!” Dá para entender porque eu fico tão indignado? Já não a cumprimento, nem troco uma palavra com ela. Já reclamei no escritório administratitvo, mas até agora nada... Não sei até quando essa situação vai continuar, mas confesso que está sendo muito desagradável ouvir os insultos dela. As vezes tenho vontade de mover um processo para calar aquela matraca, mas penso que isso iria lhe causar um grande prejuízo financeiro e muito desgaste emocional para ambos os lados. No passado tentei conversar com ela, mas infelizmente o seu racismo, a sua intransigência e arrogância não lhe permitem admitir que está cometendo uma grande injustiça.
Espero que Deus ilumine sua mente para que ela possa discerinir melhor e ponderar sobre as próprias atitudes. E que Ele nos dê paciência para aturar essa megera até que possamos cumprir a nossa missão aqui neste país.