sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Criando filhos

Foto: Banco de imagens do Google Certa vez, um amigo meu me disse: “Antes de casar, eu tinha cinco teorias de como criar filhos... Hoje tenho cinco filhos e nenhuma teoria!!!”
Realmente. Quando a gente vê as outras famílias e seus respectivos filhos, fazemos diversas críticas internas... Mas, e quando chega a nossa vez de assumir o papel de educadores? Como reagiremos diante das dificuldades? Sempre nos lembramos de quão rígida foi a nossa época. Nossos pais sempre se lembravam de quão severos foram nossos avós... Diante de tanta dureza as pessoas estão ficando cada vez mais permissivas com seus filhos. O resultado é esse que vemos com a atual geração de educandos que existem por aí. Jovens cada vez mais arrogantes e indisciplinados. O respeito às outras pessoas e o sentido do termo viver em sociedade para eles não faz sentido.
Pais ocupados, que não têm tempo para dialogar com os filhos também contribuem para a “formação” dessa geração de rebeldes sem causa.
A questão é: Como educar os filhos com Amor e Carinho, dando-lhes auto-estima sem transformá-los em pessoas arrogantes?
Certa vez, recebi um panfleto de uma entidade esportiva que dizia para os pais: “Nós professores somos meros coadjuvantes no processo educacional dos seus filhos. Educação é algo que começa em casa!!!” Em seguida eles davam dicas de como criar um mau filho. Sei que muita gente já deve ter lido esse artigo, mas não custa ler de novo e refletir:


  1. Comece na infância a dar tudo que o seu filho quiser. Assim, quando ele crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que ele deseja. (Conheço muita gente assim. Vive na merda e acha que o mundo tem obrigação de ajudá-los)

  2. Quando ele disser nomes feios, ou coisas imorais, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante. (Tem pai e mãe por aí que diz que o filho dos outros é desbocado, mas o filho deles é genioso)

  3. Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa. Espere ele completar 21 anos e decidir por ele mesmo. (Aí pode ser beeeem tarde. Ele não vai saber determinar parâmetros de certo e errado e nem o que é respeito e gratidão à Deus, aos pais e à vida)

  4. Apanhe e arrume tudo o que ele deixar jogado: Livros, sapatos, roupas, etc... Faça tudo para ele, assim ele aprenderá a jogar todas as responsabilidades nas costas dos outros. (Coisa bem típica de filhinhos de papai e de gente metida a rica)

  5. Discuta com frequência na presença deles. Assim não ficará chocado quando o lar se desfizer mais tarde. (discussões acusatórias do tipo que não levam a nada, recheadas de palavras de baixo calão são um prato cheio na formação desses monstrinhos)

  6. Dê-lhe todo o dinheiro que ele quiser, ou pelo menos o máximo que você puder. (Afinal, você não pode destruir a ilusão de que ele pode tudo)

  7. Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar “frustrações prejudiciais.” (Faça assim e torne-o uma pessoa incapaz de vencer as dificuldades)

  8. Tome partido dele contra vizinhos, professores e policiais. Todos têm má vontade com seu filho. (Faça com que ele se sinta imune às regras. Ele está acima de tudo e de todos)

  9. Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: “Nunca consegui dominá-lo. (Pobrezinho, ele é rebelde, mas é uma boa pessoa...)

  10. Prepare-se para uma vida de desgosto. (Sim, afinal ele se acha melhor que todo mundo e por isso mesmo não tem obrigação de respeitar ninguém, nem você!!!)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quando as pessoas pintam os monstros

Desenho: Banco de imagens do Google Sabe aquele dia que você tem vontade de mandar todo mundo à puta-que-pariu? Pois é... Esses dias eu ando assim. Não é só por ser ranzinza de natureza não, mas por tantas coisas que dizem e falam sobre mim. Sempre tive a filosofia de que, quando uma pessoa está abaixo de você, nunca coloque-a mais para baixo. É indigno. Sempre apliquei essa regra na minha vida, mas existem certas circunstâncias em que as pessoas estão lá em baixo, mas ficam falando asneira... Provocando... Parece que querem que você as pise... Pois digo, que tem dias em que, por mais que se tenha bom-senso, as vezes não se consegue segurar a trava da língua e soltamos o verbo.
Sei que a gente não pode controlar a língua do povo, mas tem horas que ouvimos tanta asneira a nosso respeito que, confesso, muitas vezes não tenho tido equilíbrio para aturar...

Trouxe minha sobrinha para morar comigo no Japão. Estávamos proporcionando educação, conforto e carinho, mas indo na contra-mão da ética, ela usava o computador que demos de presente para falar mal da gente. Ela acabou de chegar no Brasil, mas sei que ela vai me difamar por mais algum tempo. Toda história tem várias facetas e talvez a família nunca venha saber a minha versão das coisas. As vezes acho que estou pouco me lixando para o que as pessoas vão pensar, mas fazer o bem e ser caluniado é muito desagradável. Aos poucos, estou cortando relações com determinadas pessoas, que além de não acrescentarem nada, ainda me causam um desgaste emocional desnecessário. Hoje as pessoas me taxam como monstro por dizer certas verdades que não consegui segurar... Eu bem que tentei segurar, mas as pessoas me provocam. Fui indigno, confesso, por esfregar certas realidades tão espinhosas...
Monstro, alguns vão dizer... Jogarão pedras contra mim, mas tenho a consciência tranquila pela certeza de que fiz o que estava ao meu alcance para ajudar. E continuarei ajudando enquanto que me for possível.
Nunca concordei e nunca vou aceitar esse invólucro de monstro com o qual andam me vestindo.
Os verdadeiros monstros são aqueles que se escondem em seus casulos de hipocrisia, de egoísmo, de demagogia, de omissão... Esses sim são os verdadeiros monstros. Quando a situação estava ruim se escondiam por trás de uma vida agitada... Nunca moveram uma palha em prol da menina em questão e agora serão os primeiros a me chamar de monstro. Induzirão outros desinformados a me apedrejar...
Espero sinceramente que um dia ela se lembre das coisas construtivas que lhe ensinamos. Das lições e das mensagens que tentamos inserir em sua mente:

-Seja forte e corajosa, seja uma menina de atitude...
-Não jogue sobre si doenças que não existem e não exagere nos problemas, a vida já dura o suficiente conosco...
-Meça bem as suas palavras, quem fala o que quer, escuta o que não quer...
-Honra teu pai e tua mãe e respeite os mais velhos, principalmente os da família...
-Prepare-se para a vida ainda jovem, pois a vida é curta e o sucesso muitas vezes depende de tempo...
-Estude, pois o conhecimento é de suma importância para aqueles que almejam chegar em pontos mais altos do que aquele em que você se encontra agora...

Um dia, talvez ela se lembre dessas coisas e vai lembrar que o tio não era tão monstro assim.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Aproveite as oportunidades que a Vida oferece!!!

Dizem que as boas oportunidades só aparecem uma vez na vida. As vezes tenho a impressão de que as pessoas não ligam muito para isso. Quando um jovem se apaixona loucamente por alguém, ele sente lá no seu íntimo a impressão forte de que aquele é o Amor de sua vida e que se perder aquela pessoa, talvez nunca mais volte a amar de verdade. Então eu me pergunto: Por que quando uma oportunidade bate na sua porta você a deixa escapar entre os dedos? Por que não trata as oportunidades como aquela paixão avassaladora da adolescência?
Algumas pessoas agarram suas oportunidades com unhas e dentes. Essas pessoas só precisam de uma chance, um empurrãozinho para que suas vidas tomem um rumo favorável.
Outras pessoas reclamam da vida. mas quando a chance aparece, elas literalmente a desperdiçam como se a vida fosse uma constante chuva de boas oportunidades.
Tenho visto muita gente no Brasil que vive em plena e infindável dificuldade financeira. Gente que daria qualquer coisa por uma chance de estudar, ganhar dinheiro, fazer cursos, comprar uma casa, ou terreno... Também conheço muita gente no Japão que teve a oportunidade de vir e trabalhar, juntar um dinheiro e projetar o futuro. Muitos desses últimos vivem aqui como se fossem os últimos burgueses, desfrutando de todos os luxos que o salário pode comprar. Saem todos os finais de semana, vão curtir a balada, compram tudo o que vêem pela frente como se a inconstância econômica não existisse. Um dia se cansam do Japão... Um dia se dão conta de que aquele recurso que foi desperdiçado lá atrás fará falta no futuro.
Quando eu era criança, vi um homem bêbado dormindo na beira de uma lagoa. Estava terrivelmente embriagado. de instantes em instantes ele rolava de um lado para outro. Corria o risco de rolar e cair dentro do lago. Um outro homem aproximou-se e tentou puxá-lo para longe do perigo. O bêbado puxou os braços e debateu-se bruscamente... “Não preciso que FDP nenhum venha se intrometer na minha vida!!!”
O outro, ofendido dise-lhe: “Então morra!!!”
Como no exemplo acima, aprendi que muitas vezes quem precisa de ajuda não merece ser ajudado. Tomei consciência de que é muito difícil ajudar quem não se ajuda.
No ano passado fui ao Brasil ver a minha filha e resolver alguns problemas pessoais. Aproveitei para visitar meus sobrinhos que meu irmão deixou desde que se separou da ex. Apesar do dinheiro que ele manda de pensão, minha ex cunhada se queixou da situação. Ofereci-me para cuidar das crianças. Meu sobrinho com 13 anos e minha sobrinha com 11. Meu sobrinho não quis vir, pois é muito apegado à mãe. Minha sobrinha então decidiu vir morar comigo no Japão.
Na época, viviam, como de fato ainda vivem numa situação de miséria. Minha sobrinha perdera 2 anos de escola. A geladeira sempre vazia. Estavam vivendo sem o mínimo de necessário para uma vida digna.
Chegando ao Japão, encaminhamos minha sobrinha para a escola. Proporcionamos uma vida condizente para uma menina de sua idade. Diferentemente da vida que ela levava no Brasil, ela passou a ter que pedir-nos permissão para sair de casa. Proporcionamos carinho, estudo, um quarto só para ela, afinal ela precisa de privacidade. Não lhe falta nada. Ela sai, passeia, vai a parques, matsuris, ganha mesada, Vai para a piscina da cidade, tem internet no quarto, ventilador, ar condicionado, mas... Não está feliz... Ela sente falta da liberdade!!! No Brasil ela saía e ficava a vontade sem ninguém monitorando seus passos... Como ela diz nas conversas de MSN:
“Aqui não tem pegação... Mó inferno, não posso fazer nada... No Brasil a pegação é mais forte...”
Pois bem... Tenho a impressão de que tentando ajudar, acabei extendendo a mão para quem não merecia. Minha sobrinha com o passar do tempo foi ficando mais exigente, mais egoísta, mais arrogante e ainda por cima falando mal de mim pela internet. Fiquei muito magoado. Não queria que ela me agradecesse pelo resto da vida, mas o simples sentimento de consideração e respeito para mim já seriam suficientes. Agora ela me diz que não está feliz aqui no Japão e que quer voltar o mais rápido possível para o Brasil (para a miséria em que vivia antes). Sei que voltando ela terá uma grande felicidade em rever a mãe e o irmão, mas o choque de mergulhar na miséria novamente também será muito forte. Deixo-a voltar ao Brasil com a consciência tranquila, pois retornar foi uma decisão dela. Hoje ela tenta escapar das obrigações escolares e da pressão dos compromissos que uma pessoa da idade dela tem aqui neste país. Hoje ela só enxerga a liberdade da diversão que ela pode ter no Brasil, mas no futuro essa decisão poderá pesar contra ela.
A chance de fazer algo de bom em sua vida foi dada. Aproveitar, ou não, isso é só com ela!!!