Foto: Imagem escaneada do livro que ganhei do pessoal da UGB. Obrigado Rogério, Dani e a todos da UGB pelo carinho.
Aproveitando a leitura da obra em questão e já que tenho que fazer alguns resumos críticos como atividades complementares da Faculdade, vou postá-los no blog e compartilhar minhas impressões.
Obra: Saquê para iniciantes & Iniciados/ Editora JBC
Título original: Saké, pure + simple: facts,tips, lore, libation
Autores: Griffith Frost e John Gauntner
Especializada em assuntos pertinentes a cultura japonesa, a Editora JBC nos traz essa obra sobre a bebida tradicional do Japão: O saquê. O livro em questão não é nenhum tratado profundo sobre o tema, mas traz de maneira clara e sucinta uma visão geral sobre a bebida e as formas de apreciá-la. Até o momento, trata-se da única obra que aborda os aspectos gerais do saquê em língua Portuguesa, sendo um importante instrumento de referência para aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre o saquê e sobre a cultura japonesa. Apesar da obra ser traduzida de outro livro editado originalmente em Inglês, na parte final há algumas referências sobre a fabricação da bebida no Brasil.
Os autores, apesar de americanos, falam sobre o saquê com muita propriedade, visto que moraram por décadas no Japão e conviveram de perto com apreciadores nativos da bebida. Griffith Frost é nada menos que Presidente do Instituto Internacional do Saquê e fundador da empresa Sake One, a primeira fabricante pertencente a um americano. John Gauntner reside no Japão e é o primeiro especialista estrangeiro em saquê. Escreveu vários livros sobre o tema e escreve uma coluna digital chamada Saké World.
Outro fato interessante da obra é que as nuances que cercam o saquê são descortinadas pela visão de estrangeiros. Como nós brasileiros, eles também tem uma forma de sentir e vivenciar suas impressões sobre a bebida de maneira única.
Para que as explicações a respeito da bebida sejam entendidas de maneira clara, os autores deixam bem claro que apesar das grandes diferenças entre o saquê e o vinho, existem muitas analogias que podem ser feitas em caráter de ilustração.
No desenrolar da obra, os autores discorrem sobre como conheceram a bebida, as peculiaridades na fabricação do produto, as formas e temperaturas de armazenamento, as variedades e suas características, além de desvendar as formas de entender os rótulos. Há um capítulo dedicado à descrição dos utensílios usados para beber saquê.
Apenas um capítulo me decepcionou um pouco: O que trata dos coquetéis de Saque, visto que são receitas americanizadas tendo a bebida como ingrediente, o que foge um pouco da questão tradicional da bebida. Não pude deixar de rir um pouco ao me deparar com o termo Saqueirinha (caipirinha de saquê).
Uma parte muito interessante é o capítulo que mostra algumas técnicas de como degustar a bebida anotando as impressões numa ficha para catalogar as características de cada tipo de saquê.
A obra, apesar de singela, traz muitas informações sobre uma bebida ainda desconhecida para a maioria de nós ocidentais. Acrescenta ainda, informações históricas sobre a bebida e que é parte da cultura do Japão. Talvez não agrade aqueles que não tem interesse sobre a bebida, mas vale a pena também pelo seu conteúdo histórico, científico e cultural. Eu, particularmente, apesar de não ser apreciador de saquê, gostei!!! Kanpai!!!
domingo, 31 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
O Brasil do século XXI e o papel “higiênico”
Foto: Banco de Imagens do Google
Transcrevo abaixo uma questão que enviei para a Revista Alternativa (da qual sou muito fã), mas que infelizmente ainda não obtive resposta.
Observação: no título, as aspas na palavra higiênico foram colocadas propósito.
Olá pessoal da Alternativa.
Moro uns vinte anos no Japão, mas periodicamente volto ao Brasil para visitar familiares e
resolver assuntos que ficam pendentes devido a minha ausência.
Sou fã da revista e sempre que posso, leio ao menos as colunas mensais.
Noto que o Brasil tem obtido um crescimento muito grande nestes últimos anos e que muitas tecnologias
que antes demoravam para chegar, agora chegam poucos meses depois. A globalização trouxe grandes avanços
na parte de tecnologia, comunicação e medicina, mas tenho uma questão simples e que não consigo achar resposta.
Gostaria que as colunistas Priscila Hayashi e Fátima C. Cardoso, pelas quais tenho muito respeito, expressassem suas opiniões...
Por que o Brasil do século XXI, na condição de país gerador de riquezas e de capital ainda usa o papel higiênico
de jogar na cestinha, ao invés de usar o do tipo solúvel que vai junto com a descarga? Custos e falta de Know-how
talvez não sirvam como desculpa, visto que temos (apesar de toda miséria) uma classe C acendente e muitas pessoas
de classe média que consumiriam tal produto, que ao meu ver, é muito mais prático e higiênico.
No aguardo de vossa resposta, desde já agradeço.
Atenciosamente,
Denis Jum Nishimura.
domingo, 10 de março de 2013
Os brasileiros, dois anos depois da tragédia
Mesmo no meio de tanta tragédia... Mesmo diante de tanta dor... Nós continuamos firmes, retomamos nossas vidas e lutamos ao lado daqueles que enfrentaram as perdas e até a morte. Cada pensamento, cada oração, cada doação, cada gesto... Por pequenos que fossem, somaram-se ao todo e geraram alívio para aqueles que estavam desesperados. Somos uma Nação dentro de outra Nação... Nós moramos aqui e mostramos que, além da camisa verde-amarela, nós vestimos branco e vermelho... Temos sensibilidade para sentir a dor do outro e encontramos força para sorrir, mesmo quando temos que chorar... Sabe por que??? POR QUE SOMOS BRASILEIROS E NÃO DESISTIMOS NUNCA!!!
Hoje nós brasileiros nos juntaremos ao povo deste país para um momento de respeito, memória e oração.
GANBARE NIPPON!!!
Hoje nós brasileiros nos juntaremos ao povo deste país para um momento de respeito, memória e oração.
GANBARE NIPPON!!!
Ainda me lembro que alguns meses depois da tragédia eu estava passando no shopping e um japonês meio de idade apontou para mim e para a minha sobrinha e disse em voz alta: “Vocês brasileiros são safados mesmo heim... Olha, eles vão lá para o local da tragédia saquear as coisas e roubar peças para carro...” Felizmente eu não fiquei sabendo desse tipo de notícia, mas se aconteceu, foram casos raros e isolados. Fiquei chateado com aquele velho apontando para mim e me chamando de ladrão e safado, mas preferi ficar calado. Já tínhamos tragédia o suficiente para me estressar com um idiota preconceituoso. A coisa que mais me incomodou na verdade, foi a falta de reconhecimento das atividades de ajuda feitas por voluntários brasileiros. A imprensa daqui não divulgou quase nada. O mais importante, no entanto, foi que, pude constatar que ainda podemos acreditar no ser humano... Que existe algo de bom em nós...
terça-feira, 5 de março de 2013
Os contos e os vigários
Aproveitando alguns trabalhos que estou fazendo para a faculdade, vou postar aqui a análise do título que acabei de ler. Quem se interessar pelo livro, posso emprestá-lo.
Atividade Cultural:
Leitura
Obra: Os contos e os
vigários – Uma história da trapaça no Brasil. Editora Leya,
2010.
Autor: José Augusto
Dias Júnior
Seguindo uma velha
máxima popular, é preciso conhecer o mal para que não se pereça
desse mal. Com base nessa afirmativa, conhecer as ações dos
vigaristas e como eles atuam é de grande utilidade, visto que cresce
a cada dia o número de pessoas que são vítimas dos mais variados
tipos de golpes. O autor nos traz com grande riqueza de detalhes, não
somente a descrição dos embustes que foram e, que ainda são
praticados, mas explica todo o contexto dentro do qual os vigaristas
agiam.
Invariavelmente,
haviam alguns ingredientes que faziam com que o golpe fosse aplicado
com sucesso:
-As carências que o
país atravessava em determinada época.
Aproveitando-se das
mazelas do país, o golpista oferecia algum tipo de negócio
vantajoso para driblar as dificuldades e trazer algum tipo de
benefício à vítima em potencial.
-A vontade da potencial
vítima de concordar em participar de uma negociação ilícita, ou a
vontade desta de tirar vantagem sobre uma determinada situação.
-A técnica usada para
pesuadir a vítima. Performance cenica, recursos oratórios e grande
conhecimento de vários tópicos acerca do assunto usado no
estratagema.
Na obra, José Augusto
Dias Júnior nos desvenda vários golpes, suas origens, desde os
primeiros registros na Europa e Estados Unidos e sua posterior
proliferação no Brasil. O autor traz ainda um grande volume de
referências históricas que foram registrados em jornais e revistas
de época, além de transcrever alguns registros policiais.
Interessante notar que
muitos dos golpes que conhecemos hoje, como a célebre pirâmide,
tiveram seus primeiros registros na época do Brasil pós império. O
livro não se trata de nenhum manual de estelionato, mas de um
instrumento útil para a compreensão histórica do nosso país, além
de trazer informações muito úteis na prevenção contra a ação
de vigaristas. Podemos constatar que muitos dos golpes aplicados
hoje, são mera evolução de engodos que eram praticados há muito
tempo atrás.
A obra vale a pena
pelo alerta que nos traz, pela abundância de referências históricas
e pelo seu peso cultural. Li, gostei e recomendo.
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