quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A subjetividade do tempo...

Foto: Banco de imagens do Google

O tempo se mostra de diversas maneiras. É tão subjetivo que o vemos como aliado em alguns momentos e como algoz em outros. Aos 35 minutos do segundo tempo, se o nosso time está ganhando, os 10 minutos restantes parecem se arrastar, mas se o nosso time estiver perdendo, o tempo passa como um raio! Até os 20 anos o tempo demora a passar, dando-nos a impressão de que temos todo o tempo do mundo. Acho que é assim com todos nós. Talvez porque nessa faixa etária nós sejamos acelerados em todos os sentidos. Depois dos 20 anos começa a aumentar a carga de responsabilidades que pesa sobre os nossos ombros e então começamos a ver que o tempo começa a tornar-se escasso. Daí em diante o tempo passa a correr mais rápido e quando nos damos conta, estamos na casa dos 30, 40, 50 anos... Percebemos que a vida passou como um raio e que muitas oportunidades escaparam pelo meio dos nossos dedos. Alguém já se questionou qual o sentido da vida? Em termos bem simples, a vida só faz sentido se viermos para esse mundo para sermos felizes e propagar a Felicidade para os que nos cercam. A vida é um aprendizado constante e uma luta constante também... Quando nascemos, somos encaixados em uma família. Aos nossos pais cabe a tarefa nos dar Educação e formação, os meios para que possamos sobreviver no mundo com as nossas próprias forças. O lado ruim desse processo, no entanto, é o fato de que nem todos tem pais maravilhosos que provêm Educação e formação aos seus filhos. O indivíduo nasce e cresce numa luta constante que começa desde cedo. Dizem que dinheiro não traz Felicidade... Realmente, mas sem ele, dificilmente alguém conseguiria ter uma vida, digamos, no mínimo digna. Para que possamos sobreviver e sermos felizes e proporcionar Felicidade aos que nos rodeiam é necessário que se tenha dinheiro. Isso é uma verdade irrefutável... Não se compra a Felicidade. Não se faz pessoas felizes com dinheiro, mas pode-se construir uma vida digna e feliz com ele. Nas palavras a diferença pode ser sutil, mas na prática a diferença é brutal. Como faremos então para ter dinheiro? Gastando nosso tempo e nossas vidas trabalhando!!! Não dá para ser feliz sem condições de proporcionar uma vida digna para nossos filhos... Não dá para ser feliz com um monte de contas para pagar... Por outro lado, também não dá para ser feliz se não tivermos tempo para nos dedicar as coisas que nos dão prazer. Existe uma balança cruel que rege a vida da maioria das pessoas: Tempo X Dinheiro, ou seja, quando você tem um, muitas vezes não tem o outro. Para que se possa, no decorrer da vida, encontrar a Felicidade é necessário que desde cedo tenhamos orientação de pessoas mais experientes com relação a fazer o equilíbrio da balança. Infelizmente quem nasce desfavorecido (incluo-me nesse grupo) vai gastar um bom bocado da vida correndo atrás de dinheiro. 
Felizes aqueles que tem pais conscientes que incentivam-nos a estudar e buscar uma formação. Felizes aqueles que receberam Educação e firmaram valores tão esquecidos na sociedade atual. Felizes aqueles que se formaram cedo e conseguiram bons salários, pois podem viver felizes com suas famílias, proporcionar Educação e Cultura para seus filhos e concomitantemente serem felizes também... E finalmente, felizes aqueles que se aposentaram na casa dos 40, 50 anos com salários dignos e que ainda tem saúde para desfrutar o que lhes resta de vida. As pessoas sempre falam da importância de estudar, mas além da aquisição de conhecimento e Cultura, devia-se discutir mais sobre a vida em sociedade, o futuro das pessoas e a conquista da Felicidade, fazendo assim do Tempo um mestre e aliado.
Por fim, quando o Tempo nos for tirado, a maior satisfação seria a certeza de que gastamos o nosso tempo sendo felizes. 

domingo, 26 de janeiro de 2014

Saudades do Brasil

Foto: Google imagens

Dia desses eu estava ouvindo a Zip FM, rádio aqui de Nagoya (77.8 Fm) e eles abordaram o problema das pichações no Brasil. Um problema que deixa a cidade feia e que parece não ter solução. Com a proximidade da Copa e das Olimpíadas, a preocupação é maquiar as nossas mazelas para os olhares estrangeiros. Igualzinho as prefeituras do litoral fazem para disfarçar a presença de esgoto na praia. Tornar a cidade ao menos, menos feia. "Não adianta pintar, pois os pichadores voltam e vandalizam tudo de novo" foi o que ouvi do radialista Kobayashi Takuichiro. Segundo ele, uma solução viável seria um programa de incentivo aos grafiteiros, pois observou-se que as áreas grafitadas são menos atacadas por pichadores.
Preciso fazer duas pequenas ressalvas nesse ponto:
1-Na verdade a urgência de mudança que se faz necessária é na EDUCAÇÃO das pessoas. Depredar, vandalizar e causar prejuízo em propriedade alheia é crime!!!
2-Nem todo grafite é arte... Desculpem-me os defensores do trabalho dos grafiteiros, mas eu só aprecio o trabalho dos verdadeiros artistas do grafite. Para mim, muitos jovens não passam de pichadores que pintam coisas tão horrorosas quanto os que atuam na calada da noite.
A exemplo do grafite aí da foto e uns que tive a oportunidade de conhecer de um lugar chamado "Beco do Batman", enchem os nossos olhos e nos transmitem verdadeiras mensagens de cunho social e artístico. Evidentemente que nem todos os grafites são bonitos, mas a intenção é boa, afinal é preferível ver desenhos bem trabalhados do que letras disformes emporcalhando nossas paredes. 
Apesar de o governo estar desperdiçando nosso dinheiro com obras faraônicas e , acho que deve ter um monte de gente metendo a mão, pois as notícias que nos chegam só falam de escândalos, fraudes e corrupção, ainda acho que se o saldo da Copa for negativo para o país, ao menos teremos crescido de alguma forma, seja culturalmente, seja chamando a atenção dos olhos do mundo para o nosso país... 
Uma coisa que me preocupa bastante é a questão da segurança. Nós brasileiros sabemos que o Brasil é um país extremamente perigoso. Nossos visitantes estarão tranquilos? Muitos de nós, que convivemos com a violência todos os dias somos vítimas desse tipo de abuso, o que podemos falar de estrangeiros que não falam Português e que desconhecem a face perigosa das nossas ruas?
Aqui no Japão, uns poucos membros da comunidade brasileira andaram aparecendo nos noticiários, nos boletins policiais e na mídia japonesa. A revista Alternativa, editada em Português para a comunidade brasileira no Japão também veiculou algumas matérias que se espalharam pelo Facebook. Fico muito triste com essas notícias, pois sei que a maioria das pessoas que vem para cá são pessoas sérias e honestas, mas essas notícias arranham cada vez mais a nossa credibilidade por aqui.
Apesar de todos os problemas, eu ando com uma saudade imensa do Brasil. Estou precisando mudar de ares e espantar a depressão que anda me rondando de noite e de madrugada... Espero poder voltar o mais breve possível.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Ano Novo: novos projetos, novo destino...

Foto: Banco de imagens do Google

Já faz um tempo que estou passando por alguns problemas de ordem pessoal, mas tenho aguentado como posso. Ultimamente tenho sentido um aperto forte no peito e na garganta. Uma sensação sufocante e que me angustia muito. Uma tristeza inexplicável, as vezes uma vontade forte de chorar sem motivo aparente... As vezes, só queria poder contar com um ombro para poder recostar a minha cabeça e chorar sem ressalvas, sem vergonha, ou culpa... Sinto que estou morrendo dia após dia, gastando a minha vida numa luta que para mim já não faz mais sentido... Analisando friamente, eu mesmo tenho consciência de que estou apresentando sintomas de depressão. Na verdade, do começo de Agosto para cá, parece que perdi o pouco de entusiasmo que me restava com relação a vida. Perdi muita coisa nesse tempo... O entusiasmo, a alegria... Coisas que eu já tinha em pouca quantidade, mas que ainda tinha... Graças a Deus, ao menos a Esperança ainda insiste em ficar no meu peito. Sei que tenho potencial para dar a volta por cima e reconstruir a minha vida. Não é a primeira vez que me vejo nessa situação. Pois bem... Mentalmente já estou me preparando para fechar mais um capítulo e virar mais uma página da minha vida. Só quero ir embora do Japão de cabeça erguida. Devo muita coisa a este país que é a minha segunda pátria. Só não me sinto mais feliz aqui. Aliás, a sina de toda pessoa que vive algum tempo no Japão é não se sentir feliz de maneira plena nem aqui nem no Brasil. No Brasil temos os problemas de transporte precário, muita violência, muita sujeira na rua e muito vandalismo... Apesar de tudo, ainda tenho Esperança de que com as mudanças que estão ocorrendo, a corrupção e os problemas sociais que parecem crônicos, vão se amenizar de alguma forma. Assim como a minha filosofia de vida sempre foi fazer o Bem e na medida do meu possível ajudar as pessoas, continuarei tentando ser uma pessoa útil onde quer que eu vá. No momento, preciso fazer algumas coisas por aqui como terminar a faculdade, o estágio e deixar as coisas organizadas.
No momento só tenho sonhado com um pouco de Paz e tranquilidade... Acho que diante de tantas coisas que já pedi para Deus, essas coisas talvez não sejam tão difíceis, mas no momento são artigo de luxo para mim...
Quero um dia voltar a sorrir... Não esse sorriso artificial que estampa o meu rosto, mas aquele sorriso espontâneo que um dia eu tive... Quero recuperar ao menos uma parte daquela velha Alegria que eu sentia. Tenho saudades daquele Denis que ainda acreditava que as pessoas eram boas e que sentia que as coisas poderiam ser melhores... Passei uma infância difícil em muitos sentidos, mas me lembro que em alguma parte da minha vida eu tinha facilidade de sorrir e de me encantar com as coisas simples da vida. No primeiro semestre deste ano quero voltar ao Brasil de vez, para tentar resgatar um Denis que talvez não exista mais.
O Kanji aí em cima significa retornar e expressa bem o que sinto agora.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A parábola do caracol

Foto: Banco de imagens do Google

Nesta parábola há duas grandes lições que eu gostaria de compartilhar:

Havia um pé de cerejeira muito alto e um grupo de caracóis decidiu subir para comer cerejas. Alguns animais que assistiam a reunião dos caracóis disseram-lhes que ainda não era tempo de cerejas.
Um dos caracóis respondeu: "Quando chegarmos lá em cima será tempo de cerejas..." 
Lição número 1: Quando há um projeto, por mais ambicioso que seja, ele deve ser planejado e, se realmente queremos viabilizá-lo, buscaremos os argumentos que darão respaldo à sua execução e não obstáculos que nos desestimularão da tarefa.
Pois bem, os caracóis iniciaram a jornada rumo ao alto do pé de cerejas. A certa altura um pássaro disse que aquela tarefa era desperdício de tempo e energia. Eles poderiam gastar a vida fazendo algo mais fácil...
Depois dessa argumentação alguns caracóis desistiram e ficaram pelo caminho...
Os outros continuaram a jornada. Depois de sacrificantes escaladas, a certa altura, um outro pássaro pousou em um galho e disse: "Nossa, vocês ainda estão aí? Vocês são corajosos hein!!! Boa sorte, pois vocês vão precisar..."
Alguns caracóis que estavam cansados desanimaram e ficaram pelo caminho...
Algumas semanas depois de subir muito, um gato que estava num galho disse: "Coitados... Tanto sacrifício para talvez tudo dar em nada..."
Alguns caracóis já exaustos desanimaram com o comentário e ficaram pelo caminho...
Os poucos caracóis que sobraram continuaram a subir bravamente...
Já no meio do caminho, depois de alguns meses, um macaco que assistia a tudo aproximou-se e disse: "Desistam, nenhum caracol jamais conseguiu subir até o alto..."
Depois desse comentário os caracóis remanescentes desistiram, menos um, que continuava a subir obstinadamente...
O último e mais determinado caracol continuou a subir e subir... Vários animais passavam e faziam comentários para desestimulá-lo de sua missão.
"Desista... Não vai dar certo... Você não vai conseguir... Você está fazendo errado..."
E ele, o caracol continuava a subir... 
Na época de cerejas o caracol chegou lá em cima, onde pôde desfrutar das deliciosas cerejas. Muitos animais aplaudiram... "Eu sabia que ele ia conseguir..." Alguns disseram. Muitos fizeram comentários elogiosos, mas cheios de falsidade... Em dado momento, os animais perceberam que o caracol nem dava bola para o que eles diziam e então resolveram abordá-lo mais de perto... O caracol gentilmente olhou para os outros animais e disse: "Hã? Vocês estão falando comigo? Desculpe, vou tirar os tampões que coloquei no ouvido para poder escutá-los!!!
Lição número 2: Quando você quer fazer alguma coisa, vai aparecer muito "pássaro, gato e macaco" para falar bobagens, mas se você escutá-los, talvez não consiga cumprir sua tarefa.

Desde sempre, muitas pessoas tentaram me desestimular dos meus projetos. Muitas vezes planejei e refiz meus planos várias e várias vezes. Muitas vezes tive que me fazer de surdo, ou desentendido para que comentários maldosos, ou invejosos não me atrapalhassem...
Frases do tipo:
"Você não tem capacidade... Você não vai conseguir... Você é burro... Acho melhor você nem tentar... Você não tem jeito para a coisa... Desista..." e tantas outras mais...
Se você acredita no seu projeto e em si mesmo, o melhor que tem a fazer é driblar os invejosos e se fingir de surdo. 
Um Feliz 2014 para você!!!