sábado, 22 de fevereiro de 2014

Os tipos de brasileiros no Japão

Foto: Banco de imagens do Google

Faz muito tempo que eu percebi que o ser humano usa diversas máscaras para interagir dentro da sociedade. Quando eu era criança, via as pessoas mais velhas nos condenando por mentir, no entanto, elas mesmas usavam essas máscaras, contradizendo tudo aquilo que pregavam. Certa vez, testemunhei um caso interessante: Uma pessoa do meu círculo (não vou citar o nome), falava mal de um certo conhecido que tínhamos. "Era fugitivo da Justiça, bandido, tramposo..."
Depois de um certo tempo, esse conhecido aparentava estar bem de vida. Eles tinham um relacionamento de muita camaradagem, mas o homem não sabia que o "amigo" falava mal dele pelas costas. Com o passar do tempo o discurso mudou: "Nossa... O fulano é um cara muito bacana... Estou pensando em chamá-lo para ser meu compadre..."
Incrível como a conveniência faz as pessoas mudarem de opinião... O suposto bandido agora era um cara legal...
Todos os seres humanos possuem o Bem e o mal dentro de si. É a teoria do Yin e do Yang. Duas energias opostas que coexistem dentro de nós. Em tempos de Facebook, as pessoas criam perfis escondendo seu lado mau e se mostrando como exemplos para a sociedade. No Facebook tudo é lindo, as pessoas são sempre bem intencionadas e não existe ninguém mau... Alguém acredita nisso?
Sou a favor das pessoas evoluírem... Muitas vezes, deixar um passado ruim para trás e virar a página, mas não posso deixar de notar os tipos de brasileiros que vivem por aqui. Não que isso me incomode, mas a título de curiosidade vou descrevê-los abaixo e acho que muita gente vai identificar muitos desses tipos em seu círculo de relacionamento.

THE BEST
Esse é o brasileiro que tem um  sério problema de autoestima. Toda vida foi um "joão-ninguém", mas ao chegar no Japão, vai trabalhar em alguma fábrica e depois de algum tempo torna-se veterano. Aí começa a concorrer com outros operários ao posto de melhor funcionário da empresa. Seu discurso é sempre:
"eu sempre bato a cota... eu sempre faço as produções mais altas... eu sou o melhor nisso... eu sou o melhor naquilo... nem sei o que vai ser dessa fábrica quando eu sair..."

O SOFREDOR
Esse é o tipo de brasileiro que acha que tudo é sempre mais difícil para ele. Enquanto todos trabalham, ele se sacrifica. Enquanto todos tem problemas, ele tem uma vida insuportável. Enquanto todos pegam o trem. ou o ônibus, ele cumpre uma via-crucis. Enquanto todos fazem horas-extras, ele se mata de trabalhar...
Invariavelmente banca o coitado... É uma espécie de pseudo-herói... Tenta a todo momento despertar a compaixão alheia no intuito de tirar vantagem.

O NOVO RICO
Esse tipo é muito comum aqui no Japão. Só anda vestido com roupas de grifes caras, endivida-se para criar uma aparência sofisticada para as outras pessoas. Geralmente gasta tudo o que tem tentando iludir os outros e a si mesmo. Nega veementemente as suas origens e faz pouco caso de pessoas mais simples. Geralmente volta ao Brasil falando mal do Japão, mas quando a situação aperta, vem correndo para cá novamente.
O novo rico faz questão de andar com produtos eletrônicos de última geração. Carros imponentes, roupas de grife, mas nos bastidores vive vendendo o almoço para comprar a janta.

O JAPONÊS
Esse tipo é bem comum. Normalmente é descendente de japoneses de pai e mãe. Notadamente brasileiro, mas quando está em público, tenta passar despercebido. Se alguém dirigir-lhe a palavra ele fará cara de poucos amigos e falará em japonês na ilusão de que pensem que ele é japonês. Tem vergonha de ser brasileiro e julga-se melhor que os demais.

O AMERICANO
Esse outro tipo também tem bastante por aqui. Geralmente não tem descendência japonesa. Invariavelmente é cônjuge de nikkei. Como o indivíduo descrito aí em cima, ele é notadamente brasileiro, mas tem vergonha disso. Arrasta um inglês sofrível e quer ser confundido com americano. Nos shoppings procura chamar a atenção tentando fazer com que as pessoas pensem que ele é americano. Para isso, usa roupas e acessórios imitando algum artista da terra do Tio Sam. O fim do mundo para ele é encontrar um conhecido e ser abordado  em alto e bom som na língua Portuguesa.

O ESQUIZOFRÊNICO
Esse tipo tem mania de perseguição. Para ele, tudo e todos estão contra ele. Desconfia de todo mundo e vive uma carência afetiva e social muito profunda. Geralmente tem problemas de relacionamento e mora sozinho. Também vive afastado da família. A maioria dos parentes está no Brasil e os que estão no Japão não querem saber dele.

O ABDUZIDO
Esse é bem típico. Geralmente é egoísta, trapaceiro e caloteiro. Endivida-se no Brasil, larga a família, as contas e tudo mais. Vive no Japão como se não fosse voltar mais para o Brasil (alguns nem voltam mesmo). Parece que foi abduzido e finge que problemas no Brasil não existem. Não paga as dívidas, pensão para os filhos e outras contas que sofrerão um baita calote. O abduzido geralmente acha que quando voltar ao Brasil, poderá repetir as palhaçadas no Japão. Geralmente pega celulares caros e financia um monte de outras coisas. Estoura o cartão de crédito e escapa para o Brasil.

O AVARENTO
No intuito de economizar dinheiro, esse tipo come comida instantânea, não sai de casa e não coça o bolso para nada. Chega a roubar papel higiênico da fábrica onde trabalha só para não ter que comprar. Normalmente é só pele e osso de aparência, vive doente e com distúrbios de sono, humor e saúde.

O VELOZ E FURIOSO
Esse é aquele que chega no Japão, compra um carro esportivo e sai por aí achando que é o Paul Walker, ou o Vin Diesel... Pega um monte de multas e é chamado na delegacia para prestar esclarecimentos. Gasta todo o salário com pneus, preparação de motor e acessórios para a caranga.
Gasta uma fortuna no carro e quando tem que voltar ao Brasil, vende a máquina por uma mixaria. Depois de gastar tanto dinheiro com o carro dos sonhos como Toyota Supra, Nissan Skyline, Mazda RX-7/RX-8, Mitsubishi Eclipse, Mitsubishi 3000 GT,  Mitsubishi Lancer Evolution, Subaru Impreza... Depois de montar em altas carangas o infeliz volta para o Brasil para andar de Golzinho 1000...

Acho que cada um faz o que bem entender de sua vida, mas essas figurinhas carimbadas fazem parte do nosso cotidiano no Japão e sei que muita gente conhece ao menos um desses tipos que fazem de suas vidas uma missão mais difícil do que deveria e ainda pior... Dificultam a vida de quem vive próximo deles.
Difícil encontrar alguém verdadeiramente autêntico... É... O ser humano e suas máscaras...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Carta para Akiyo

Imagem: Banco de imagens do Google (Nosso Lar)

Carta para Akiyo
Querida mamãe, como vai? Hoje, dia 14 de Fevereiro faz 18 anos que você foi embora e deixou um grande vazio dentro do meu Coração. Gostaria muito de ter notícias suas, saber se você está bem, mas a humanidade ainda não encontrou um meio efetivo para estabelecer comunicação entre os nossos mundos sem que sejamos vítimas de charlatães e pessoas de má fé... Acho que você deve estar bem. Melhor do que eu, creio... Apesar de toda a luta que tenho dentro de mim para conter essa tristeza, quando chega o Valentine's day as lembranças ainda emergem com muita força do meu subconsciente. Quando você foi embora, experimentei duas sensações ao mesmo tempo: um certo alívio pelo fim do seu sofrimento e uma tristeza imensa pela nossa separação e pelas circunstâncias em que você partiu...
Gostaria de ter te trazido ao Japão para que você conhecesse a terra dos seus ancestrais. Para que você pudesse enfim se encontrar com a cultura dentro da qual foi criada. Na época em que você estava entre nós, achei que o dinheiro seria melhor usado te proporcionando bem-estar... Hoje vejo o quanto eu estava enganado. Uma viagem dessas seria uma experiência única em sua tão breve e sofrida vida. Hoje acho que não te amei o suficiente... Não te mimei o suficiente... E não fui sábio o suficiente para tomar as decisões mais acertadas. Hoje sei que engoli muito desaforo e fiz vista grossa para tantas coisas em nome do seu bem-estar. Desculpe mamãe, mas eu só tinha vinte anos quando tive que carregar a família. Espero que me perdoe. Quando você foi acometida pelo derrame, quiseram me culpar pela tragédia. Logo eu que sempre te apoiei e estive ao seu lado, mesmo distante... Queria voltar no tempo para te dizer o quanto te amava... Queria voltar no tempo para não ficar calado diante de tanta besteira que me foi dita... 
As pessoas que me cobraram tanto pelo seu bem-estar foram as primeiras a te abandonar. Ainda hoje me lembro que estávamos em não mais do que umas dez, ou quinze pessoas para nos despedir de você. Lembro me que quando toquei as suas mãos geladas, meu mundo caiu sobre a minha cabeça e o chão sumiu sob os meus pés... Minha tia Araci estava lá, ao meu lado e apertou as minhas mãos e me olhou com doçura. Sem me dizer uma única palavra, ela me transmitiu muitas coisas... Lembro-me do Tio João que também ficou lá comigo até os momentos finais... essas pessoas que estiveram comigo nos momentos mais difíceis sem querer nada em troca. Lembro-me que o Fabinho, a Rita e o Toninho chegaram no dia seguinte. Havia um ar de tristeza pairando, mas não pude deixar de reparar que o Toninho estava mais preocupado em rever os amigos em Cachoeirinha e Gravataí, do que respeitar o nosso luto. Acho que era a forma dele de fugir daquela realidade.
Alguns dias depois veio a conta dos serviços funerários. Quinhentos reais (no ano de 1996). Nessa hora não sei onde foram parar os filhos que você criou, mas agradeço a Deus por ter me dado condições de sepultá-la com dignidade. Agradeço a Ele também por eu estar no Brasil quando você se foi, pois se eu estivesse no Japão, acho que esse vazio dentro de mim seria bem maior.
Sua neta já está na faculdade e seu neto está um menino lindo e arteiro. Nas veias deles pulsa uma parte do seu sangue e que de certa forma me faz pensar que uma parte de você continua caminhando pelo mundo junto com eles.
As feridas e a dor se amenizam com o tempo, mas não se curam totalmente. Em dias como o Valentine's day, o dia das mães, o Natal e o Ano Novo, essa dor volta com mais força. Hoje é um dia em que eu precisava de um ombro para chorar... De um colo para recostar a minha cabeça e adormecer para esquecer dos problemas mesmo que momentaneamente...
A dor é imensa e intensa e a saudade é eterna. Gostaria muito de te dizer o quanto te amei, mas a sua educação nipônica não me dava espaço para isso, portanto, agora, mesmo tarde quero te dizer que te amei muito e tenho muito carinho pela sua lembrança.
Quero agradecer pelas lições de vida. Por você ter trabalhado tanto para me criar. Por todos os sacrifícios que você fez por mim e sei que do seu jeito você me amou talvez mais do que eu te amei. Hoje olhando para os meus filhos eu entendo tudo isso.
Obrigado mãezinha por tudo. Fique na companhia do Pai Maior.
Do seu filho que nunca te esquece,
Jun.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Um Valentine's day amargo

 
Foto: Banco de imagens do Google

Lembro-me que certa vez, quando criança, perguntei para minha mãe se eu poderia ajudar um colega na arrumação do quintal da casa onde ele morava. Minha mãe em sua sabedoria foi categórica: "Não sou contra você ajudar o seu amigo, mas você já arrumou o seu quarto?" Foi uma pequena pergunta que me trouxe uma grande lição: Antes de varrer a casa do vizinho, arrume a sua primeiro.

Olhando o Brasil aqui de fora, vejo tão distante o objetivo de atrair investimentos para o país... Parece que o governo quer "fazer festa com o chapéu alheio" e quem paga a conta é o povo... O Brasil tem tantas deficiências não resolvidas, tantas mazelas crônicas que a gente se questiona se era necessário mandar dinheiro para Cuba... A gente se questiona se existe a necessidade de gastar somas absurdamente altas de dinheiro na construção de estádios de futebol... Não sou brizolista, mas me lembro que o projeto do sambódromo do Rio não só foi concluído em um prazo curto, como também barateou o custo do carnaval e ainda serve de escola durante o ano letivo. E os estádios? Vão beneficiar quem? Por que ficam tão caros? Parece que a "presidenta" (que distorção ridícula da palavra) está mais preocupada em realizar a melhor copa do mundo de todos os tempos, do que ser a melhor presidente de todos os tempos... A que preço? O dinheiro desperdiçado nessas obras faraônicas faz falta na saúde, na educação, na segurança, no saneamento básico e no bem-estar social.

Hoje no Japão é dia 13 de Fevereiro. Amanhã é o Valentine's day. Uma espécie de dia dos namorados, quando as meninas dão chocolates para os rapazes nos quais estão interessadas, ou simplesmente para mostrar aos colegas a sua consideração, ou simpatia. O dia dos rapazes retribuírem a gentileza é no dia 14 de Março, chamado de White day.
Não sei porque, mas hoje as 5 horas da manhã acordei e não consegui mais dormir. Uma onda de lembranças ruins povoaram a minha mente e me deixaram irrequieto. Todo ano é assim. Quando se aproxima o Valentine's day, minha mente se enche de lembranças amargas. Incrível como as pessoas que menos cumprem suas obrigações são as que mais exigem seus direitos. São as que mais cobram dos outros.
Quando estive no Japão pela primeira vez, no início da década de 90, eu fazia das tripas coração para ajudar a minha família e ainda ter como sobreviver no Japão e economizar dinheiro para construir minha vida. Lembro-me que minha mãe ficou muito doente e eu tinha que mandar dinheiro para comprar remédios e custear tratamentos. Nos feriados eu avisava que não ia poder mandar dinheiro, pois o salário vinha mais baixo, mas no mês seguinte sempre enviava o dinheiro. Recebi uma carta desaforada do meu pseudo-irmão Toninho me dizendo coisas horríveis como: "pô cara, a mãe está muito doente... Vê se olha mais pela nossa mãe..." Ele nem imagina o sacrifício que eu fiz para ajudar todo mundo... Engoli aquelas palavras e me limitei a continuar lutando. Ele sempre me dizia: " a situação está difícil..."
Mandar cartas desaforadas cobrando atitudes dos outros parece que é bem a especialidade dele... Certa vez, ele mandou uma carta para minha avó dizendo desaforos do tipo: "ela (minha mãe) é sua filha... Vocês tem que nos ajudar... se a senhora não ajudá-la é porque não tem coração e nem merece ser chamada de mãe, pois uma verdadeira mãe não vira as costas para seus filhos..." Ele nem sabia dos problemas da minha avó... Ele nem sabia da situação das pessoas para julgá-las e cobrar-lhes alguma coisa... Minha avó passou muito mal por causa dessa maldita carta.
Quando voltei ao Brasil, meu pai me disse: "o Toninho ajuda um pouco em casa, dá os vales refeição para a gente, mas não abre mão de estar sempre bem arrumado. Vai para a balada e gosta de estar sempre perfumado...
Confesso que me decepcionei com o quadro... Será então que as cobranças por atitudes efetivas de ajudar a família só recaíam sobre mim???
Pouco antes de minha mãe falecer ela estava muito doente. Na época o Toninho era o único que podia ficar com meu pai para ajudar a cuidar dela. Pedimos-lhe para cuidar dela, ao menos por um tempo até que eu, ou outra pessoa pudesse ir ao Rio Grande do Sul ficar com ela...
" todo mundo foi fazer a vida... eu é que não vou ficar aqui cuidando dela..." Essa foi a resposta que escutei dele... No mês seguinte minha mãe faleceu. A pessoa que deu a notícia do falecimento para ele descreveu sua reação: "nossa, o moleque parece que enloqueceu..." 
As palavras do Toninho, segundo essa pessoa foram: "minha mãe morreu... o que o meu pai vai dizer?"
O fato de minha mãe ter morrido não o preocupava tanto quanto o que meu pai pensava a respeito dele...

Hoje analiso tudo o que se passou e só consigo sentir tristeza e indignação. 
Quando minha mãe era viva, eu trabalhava e economizava para fazer a minha vida e ajudar minha mãe. Saía e me divertia com moderação e não conseguia dormir em Paz sabendo que ela estava passando por dificuldades. Para mim, era inaceitável desperdiçar dinheiro se minha mãe não estivesse bem.
Quando o Toninho veio para o Japão, no começo chorava todos os dias por causa dos filhos... Não sei se era uma maneira de me manipular, pois ele sabia que eu tinha muita afeição pelos filhos dele. Passado um tempo, suas atitudes mudaram drasticamente. Passou a sair, ir para baladas da comunidade, tomava bebidas de luxo como vinhos importados e salames finos. Fazia altos passeios e postava as fotos no Facebook para quem quisesse ver... 
Tudo isso seria absolutamente normal se os filhos dele não estivessem passando necessidade no Brasil.
Eu me enganei, quando achei que com a minha ajuda ele cuidaria dos filhos... Ele abandonou a própria mãe... Foi um erro achar que ele olharia pela filha que trouxemos do Brasil e que ele deixou ir embora.
Fazer pose de bom pai para todo mundo ver é fácil... Chorar lágrimas de crocodilo para impressionar as pessoas também... Cobrar os outros é mais fácil ainda... Difícil é fazer de tudo por esse tipo de pessoa e ainda ser traído por ela.

Hoje o Valentine' day para mim é só um dia que eu gostaria de excluir do meu calendário...




sábado, 8 de fevereiro de 2014

A voz do Brasil

Foto: Banco de imagens do Google

O título dessa postagem não faz alusão ao programa de rádio do governo que nos enfia goela abaixo todos os dias as 19 horas. Quando digo a voz do Brasil, me refiro a jornalista Rachel Sheherazade, essa mulher que surgiu na mídia brasileira com seu posicionamento firme e suas opiniões polêmicas. Aliás, as coisas que ela diz são polêmicas porque incomodam as pessoas que defendem os bandidos e a classe marginal. Foi-se o tempo em que as pessoas davam importância para os valores morais como honestidade e ética. Os valores estão tão distorcidos que hoje em dia o ladrão é a vítima e a sociedade está no banco dos réus. Isso quando não somos reféns dos muros e grades que cercam nossas casas. Fazia tempo que não aparecia alguém como ela, com coragem para desnudar as mazelas do país e do sistema, sem ressalvas e nem papa na língua. Ainda me lembro do Deputado Afanásio Jazadji, que tinha um programa de rádio e colocava a boca no trombone.
Infelizmente, num país não tão sério como o Brasil, ainda é inviável a instituição da Pena capital, pois a corrupção ainda faz com que a nossa justiça seja tendenciosa e parcial. Há muitas lacunas nas nossas leis e bandidos safados e advogados inescrupulosos se fartam com essas deficiências. A lei no Brasil existe, mas o problema é que ela não é cumprida. Um criminoso muitas vezes vai preso e se for menor de idade em seguida será solto. Estará rindo de nossas caras, e zombando do sistema. Há uma necessidade urgente em reformar o sistema no sentido de se acabar com a impunidade.  
Estão dizendo nas redes sociais que as opiniões estão "bem divididas". Bem divididas o escambal (desculpem o termo). Se vocês acessarem os artigos em relação aos comentários da jornalista, há uma esmagadora diferença entre quem aprova e quem é contra. Isso dá margem para pensar naquela teoria (verdadeira) sobre quem apóia bandido é bandido também. Aliás, só quem tem parente na penitenciária, amigos vida louca, ou faz parte dessa inversão de valores é que se posiciona contra a jornalista. Estão chamando-a de hipócrita. Desculpem-me os mais inflamados, mas hipocrisia é ter amigo e parente bandido e ficar aí fazendo pose de ativista do direitos humanos.
Quem acompanha os artigos na internet constata que a maioria esmagadora simpatiza com as ideias da jornalista em questão, por isso digo que ela é a nossa porta voz. Ela é a voz do Brasil, pois tem a coragem de falar o que todos nós gostaríamos de dizer com um alcance em nível mundial. Não estou fazendo apologia à violência, mas trazendo o assunto para a pauta de discussões. A exemplo do Deputado Afanásio Jazadji, se ela se candidatar, com certeza será eleita. Já tem muitas pessoas cansadas de tanta violência e de tanta burocracia no sistema que estão dizendo: Rachel me representa! Pois eu e muitos outros mais dizemos o mesmo. Já passa da hora de alguém sério e engajado nas questões sociais aparecer e fazer a diferença. Uma posição ousada como a dela pode gerar dois resultados:
Alguém pode querer fazer uma queima de arquivo, pois ela está incomodando interesses escusos, ou ela poderá se tornar uma das mulheres mais influentes do nosso país (bem diferente das dilmas e roseanes que vemos por aí).
Para quem quiser ver, ou refrescar a memória segue o link do vídeo que causou polêmica nas semanas anteriores:

http://www.youtube.com/watch?v=-WKU7w6OsJo

Para aqueles que ainda não se inteiraram dos artigos, assistam a esse e aos outros vídeos da jornalista e façam suas próprias conclusões.
Ela já cometeu alguns erros, mas acredito que existe um grande mérito quando erramos buscando acertar.
RACHEL ME REPRESENTA!!!