Ano passado não consegui cumprir as horas de estágio exigidas para o cumprimento do meu curso, então estou continuando este ano. Em Fevereiro não tive condições de ir à escola, então recomecei em Março. Este ano as turmas estão em outras salas, pois os alunos passaram de ano. Basicamente são as mesmas pessoas. Já tenho um certo carinho pela escola, pelos professores e pelos alunos. Muitos expressaram uma certa alegria em me rever. Fiquei muito feliz, pois a reação das pessoas é um bom termômetro para avaliar o quanto a sua presença é aceita em determinado ambiente. Sempre que me deparo com as apostilas do sistema COC fico pensando na dificuldade que os alunos enfrentam no processo de aprendizado. O material é muito bom, mas como disse em outra ocasião, esses alunos são brasileiros sendo criados fora do Brasil e há uma carência de informações que eles deveriam absorver diariamente. Não estou dizendo que haja deficiência no sistema escolar, pelo contrário, a escola e os professores se empenham para que os alunos estejam inseridos num ambiente onde haja o máximo de informações e contato com a cultura brasileira. Olhando de fora, porém, sinto que há a necessidade da iniciativa dos pais (que trabalham muito neste país), no sentido de incentivar a leitura e o acesso a material audiovisual que estimule a aquisição de mais conhecimento e cultura, principalmente em assuntos ligados ao Brasil. Na verdade, não existem adolescentes que acessam a internet a procura de National Geographic, History Chanel, Jornais, noticiários e outros conteúdos que enriqueceriam o seu conhecimento. E se deixarmos por conta deles, os conteúdos acessados serão sempre Facebook, games, Pânico e outras coisas que não acrescentarão lá substancial quantidade de conhecimento útil, mas fútil. É papel dos pais, em primeiro lugar e dos educadores indicar os caminhos para a construção do conhecimento. Vivendo no Japão, noto que eles conversam de maneira muito informal, mesmo em situações formais. O nível das redações, com a repetição excessiva de palavras indica que eles possuem um vocabulário ainda muito restrito. Muitos alunos demonstram muita inteligência, mas são demasiadamente relapsos na administração de sua vida escolar. Alguns esquecem suas apostilas em casa, e não fazem suas tarefas, além de negligenciarem os trabalhos que lhes auxiliam nas notas. Nesse ponto, por mais que a escola se esforce e os professores aconselhem os alunos, a participação dos pais é fundamental. Eles devem não só fiscalizar e cobrar desempenho de seus filhos, mas estimulá-los a buscar conhecimentos que incrementarão seu desempenho escolar. Os alunos da escola onde estagio estudam com as mesmas apostilas usadas no Brasil, mas eles vivem uma realidade diferente, estão vivendo fora de todo o contexto para o qual estão sendo educados e a busca por informações sobre a história, sobre os acontecimentos, atualidades e cultura brasileira é que resultará na obtenção dos conhecimentos que eles precisarão para enfrentar a vida e espero que seja o caso da grande maioria, prestar o vestibular.
Na Escola Alegria de saber, além das matérias tradicionais, os alunos ainda aprendem Informática, Espanhol, Japonês e Inglês. Português e Inglês já fazem parte da grade de ensino, mas achei muito interessante a inserção de Espanhol e Japonês. O sistema de ensino é brasileiro, e a interação com os alunos é toda feita em Português, mas existem algumas regras que são caracteristicamente japonesas, como os obentos (marmitas) que muitas pessoas comem, além do souji (faxina) que é realizada pelos alunos no final da aula. Admiro muito a luta desses educadores no desafio de ensinar esses brasileirinhos que vivem tão distantes de sua Pátria. Eles são, não apenas professores, mas agregam conhecimentos gerais que complementam suas aulas, são psicólogos, conselheiros e ícones nos quais os alunos têm sua referência depois dos pais. Eles são acima de tudo Educadores.
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