terça-feira, 11 de agosto de 2015

Progresso, ou retrocesso?

Foto: Ponte na divisa entre os Estados de Minas Gerais (Montalvânia) e Bahia (Cocos)
Arquivo pessoal.

Desde que desembarquei no Japão pela primeira vez em Março de 1991, já fiz muitas vezes o caminho de ida e volta ao Brasil. De lá para cá, muita coisa mudou. A tecnologia foi chegando cada vez mais rápido e o Brasil começou a acompanhar com menos atraso as inovações que surgiam no mundo. Hoje, a comunicação entre as pessoas que moram no Japão com as pessoas que moram no Brasil está mais intensa e os laços se estreitaram a ponto de sabermos da vida de todo mundo quase que em tempo real. Programas de computador cada vez mais modernos facilitam a vida entre as pessoas e já é possível telefonar via internet com programas como o Whatsapp e o Messenger, que é um aplicativo anexo do Facebook. Tudo isso com qualidade e com custo praticamente zero.
Eu me lembro que no início da década de 90, para ligar para o Brasil, a gente tinha que procurar um telefone público com uma placa marrom, que era o tipo de aparelho que permitia as ligações internacionais. Perdi as contas de quantas vezes fui ao correio para comprar selos para enviar cartas para a minha mãe, assim como revelar fotos e pagar uma fortuna para enviá-las para o Brasil. Hoje tudo isso se faz via internet na comodidade de casa e sem gastar muito. A tecnologia chegou ao Brasil com força e proporciona conforto e prazer aos brasileiros. Hoje temos celulares de última geração que vieram para substituir fax, calculadora, agenda eletrônica, câmera fotográfica, filmadora, calendário e uma infinidade de outros aparelhos, facilitando o nosso trabalho e proporcionando lazer. É... Os tempos mudaram, mas a doença crônica do Brasil não sara: a corrupção. Eu sempre insisto na ideia de que a corrupção é a mãe de todas as outras mazelas do país e, na contramão do progresso tecnológico, o Brasil vive um retrocesso no seu desenvolvimento enquanto nação como um todo. Nunca antes neste país se viu tanto escândalo de corrupção, de roubo descarado e de demagogia. Discursos inconsistentes e falatórios sem nexo na intenção de ludibriar o povo.

 “Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta” 

A pérola acima foi proferida pela mulher que dirige a nossa nação. Pela mulher que deveria dar o exemplo de austeridade e que deveria moralizar a política e viabilizar o crescimento deste país. A impressão que se tem é de que ela está nos enrolando, para ganhar tempo até que o mandato se acabe. Enquanto isso a roubalheira e a farra com o dinheiro público continua sem que ninguém faça nada, pois as pessoas que deveriam fazer alguma coisa parecem acuadas por quem está no poder.
Hoje no Japão, que já foi considerado um país extremamente caro, muitas coisas estão custando menos do que no Brasil. Uma ida ao restaurante no Japão não sai tão caro quanto comer fora no Brasil. O custo de vida está muito caro, energia elétrica chegou a patamares absurdos e a gasolina não para de aumentar. Enquanto isso, obras superfaturadas são erguidas debaixo dos nossos narizes, radares ajudam a engordar os cofres públicos na desculpa de tornar o trânsito mais seguro e a impressão que se tem é de que eles querem sugar o máximo possível a máquina de ganhar dinheiro, antes que o povo acorde e não os reeleja. A saúde, a segurança a educação estão jogadas às traças enquanto enormes painéis publicitários encomendados pelo próprio governo mostram demagogicamente os progressos inexistentes promovidos pelo governo. Afinal, houve um progresso, ou um retrocesso nas questões políticas do Brasil?