Bem... Eu sou suspeito para falar, mas quer saber a minha opinião sincera? Essa antologia está simplesmente maravilhosa!!!
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Caminhos e descaminhos, vem que eu te conto
sábado, 1 de maio de 2021
A ignorância é a pior doença que existe
No dia 14 de Fevereiro de 1996, minha mãe falecia aos 51 anos vítima das sequelas de um AVC. Quando retornei dos meus primeiros 3 anos trabalhados no Japão, minha mãe não parecia a mesma mulher que eu havia deixado no Brasil.
3 anos antes, eu me despedia dela e do meu padrasto no Aeroporto Santos Dumont em Porto Alegre. Minha mãe ainda era jovem e tinha longos cabelos negros. Quando retornei ao Brasil, ela estava com os cabelos curtos e grisalhos, algumas marcas de expressão fortes e com a metade do corpo paralisada em consequência de um derrame. Estava com as mãos e os pés inchados e acredito que deveria ser algum problema de má circulação.
Gente, eu tenho que falar... Doença é um assunto sério!!! Meu pai-drasto sempre fazia aquela lavagem cerebral na gente dizendo que remédio era coisa ruim, que dava efeito colateral e que tudo poderia ser tratado com chás. "A indústria farmacêutica inventa essas coisas para tirar o dinheiro dos trouxas".
Pressão alta é uma doença crônica e no meu caso, hereditária. Cresci vendo minha mãe passando mal de tempos em tempos e eles tentando resolver tudo com chazinho.
Eu me lembro que quando morávamos na chácara, era um suplício. Se alguém ficava gripado, tinha febre, tinha tosse, passava mal, mas meus pais achavam que tudo se resolvia com chazinho... Eu me lembro das tantas vezes que passávamos semanas a fio passando mal e sem conseguir dormir com aquela tosse incessante. "Toma chá de guaco que passa!"
Machucado, torção, queda... Levar no médico? Nem pensar... Passávamos semanas e até meses com machucados e infecções sendo tratados com fumo, emplastos e salmoura.
Eu fico me questionando se essa resistência a ir no médico e aos remédios era por falta de dinheiro.
Bem, voltando à hipertensão, em mim, ela se manifestou por volta dos vinte anos. Passava muito mal quando tinha as crises. Não podia comer nada com muito sal, não podia me estressar e eu pensei que ser atleta me deixaria imune aos efeitos desastrosos da doença. Iniciei um tratamento aos vinte e oito anos, depois de uma crise da qual pensei que não escaparia. O médico me disse que fazer esportes era super positivo para a minha saúde, mas que eu deveria rever a minha dieta e iniciar um tratamento, pois sofria de uma doença crônica.
Iniciei o tratamento e o tempo foi passando. Com o tempo, relaxei e deixei tudo de lado. Morando no Japão, fiquei um bom tempo trabalhando sem pagar o seguro saúde. Perdi as contas de quantas vezes passei mal e tive que faltar ao serviço. Tive consequências sérias devido ao agravamento da minha hipertensão. Já me vi à beira de um ataque cardíaco, ou coisa pior e, mesmo assim, a ignorância me cegava, pois eu tinha que trabalhar, tinha que cuidar da minha filha e tinha que economizar dinheiro. Só eu sei a luta que foi sobreviver no Japão, enfrentar a minha luta diária e aguentar a doença. Ir ao trabalho dias seguidos passando mal para não ser mandado embora do emprego.
Depois de certo tempo, as empresas começaram a impor o Shakai Hoken para os funcionários. Nesse sentido, fiquei muito chateado com o desconto que começou a vir no meu pagamento, mas o seguro saúde me permitiria fazer o meu tratamento novamente. Fui ao médico e levei uns bons puxões de orelha por causa do meu desleixo, mas essa reviravolta foi muito positiva para mim e para a minha família.
Hoje tenho consciência de que terei que tomar remédio até o final da vida, mas ainda assim, de certa maneira, estou vivendo praticamente de maneira normal. Tenho que ser cuidadoso com a quantidade de sódio que consumo, tenho que fazer atividades físicas, tenho que controlar o peso e tenho que evitar o estresse. Tudo coisa simples que eu levei tempo para entender.
Completei 51 anos no último dia 28 de Abril e o fato de ter alcançado a minha mãe me trouxe muitas reflexões. Hoje eu vejo que ela não era tão velha assim... Estava somente judiada pela doença e cega pela ignorância. Ignorância nociva e contagiosa que quase custou a minha vida. Hoje eu me sinto bem disposto para o trabalho, além das minhas atividades como escritor, pai e comerciante.
Se eu não tivesse aberto meus olhos a tempo, talvez não conseguisse nem alcançar a minha mãe. Saúde é coisa séria e não deve ser colocada fora das nossas prioridades. Amei minha mãe muito, apesar das nossas diferenças, mas ainda não quero ir de encontro à ela, pois ainda tenho um filho pequeno para cuidar e educar. Quero ver meus filhos realizados, quero escrever muito e deixar um legado antes de partir deste mundo!
domingo, 25 de abril de 2021
Estamos todos atravessando tempos difíceis
Hoje venho falar sobre livros... Mas não são simplesmente livros, mas a expressão de experiências de vida e o sonho consumado de escrever e compartilhar ideias com o mundo. A ideia de deixar um legado para as próximas gerações. A vontade de instigar, de provocar e incitar pensamentos críticos numa geração que carece de leitura.
O Corona Vírus chegou trazendo doença, pestilência, sofrimento e morte, mas se não lutarmos, mesmo que tomando precauções contra o contágio e respeitando as regras básicas de sobrevivência, a morte de todos aqueles que sucumbiram terá sido em vão... São pequenas atitudes que geram grandes resultados no controle da pandemia. Vejo os dados e as estatísticas alarmantes do Brasil e fico do lado de cá com o coração apertado por aqueles familiares e amigos que estão distantes.
Aproveite o tempo em que você fica se torturando por não poder ir para os bares, para as baladas e para as aglomerações e aprenda algo novo ainda hoje... Que tal começar vendo algum tutorial no Youtube? Sabe aquele curso de desenho, artesanato, ou fotografia? Então... Dentre os milhares de tutoriais disponíveis na rede, certamente você vai achar algum que venha de encontro a algum sonho que estava engavetado dentro do seu coração.
A situação no Japão está aparentemente sob controle, mas ainda exige muitos cuidados. Estamos trabalhando e mantendo o ritmo como podemos, mas ainda é cedo para se ter uma perspectiva positiva. Fico em casa nos finais de semana e saio apenas para fazer o que acho ser necessário. Vez, ou outra vou jantar com a minha família, ou vou ao mercado para fazer compras. O tempo para mim é algo muito precioso, e tento usá-lo de maneira racional.
Tenho uma pilha de leitura que não baixa já faz algum tempo, muitos livros para ler, ainda mais agora que faço parte de um ilustre grupo de escritores: Os Amigos da Escrita, fundado pelo escritor Leandro de Melo Pereira. Aos poucos, estou conhecendo o trabalho de cada um e já estou fascinado pelas obras e pelos seres humanos por trás de cada uma delas. Também estou tendo a chance de divulgar o meu trabalho e vendo meus novos amigos me trazendo seus feedbacks maravilhosos para que eu possa aprimorar ainda mais o meu estilo. Como dizia Napoleon Hill, para potencializar o poder de realização, temos que unir forças com aqueles que tem objetivos em comum, o que ele chamava de Mastermind.
Escrevo desde os dez anos e muita coisa se perdeu nesses quarenta anos que se passaram desde que rabisquei meus primeiros ensaios. Nos últimos anos tive uma crise forte de depressão e fiquei estagnado por quase uma década. Felizmente o Universo nos confronta com aquelas pessoas cujo entusiasmo nos contagia e nos estimula a reacender a velha chama. Mergulhei de cabeça novamente em novos e velhos projetos e uma gigantesca onda criativa surgiu diante de mim... Sinto que se eu não galopar essa onda como se fosse um animal selvagem, talvez eu nunca mais veja outra onda igual a essa e, para tanto, tive que parar até as minhas classes de Inglês.
Em dezembro do ano passado consegui concluir O IMORTAL e já publiquei a versão e-book no site da Amazon. https://www.amazon.com.br/imortal-Denis-Nishimura-ebook/dp/B08XNM1B88/ref=pd_rhf_gw_p_img_1?_encoding=UTF8&psc=1&refRID=H13C7FT4E40G34WTGWMY
Já estou conversando com algumas editoras e acredito que em breve teremos também o livro físico. Nesse interim, reescrevi OBAKE, o Japão mal-assombrado que já havia sido publicado em livro físico e que agora tem a sua versão e-book também pelo site da Amazon.
A continuação do livro OBAKE sairá em breve na versão O CONTADOR de HISTÓRIAS, baseado no canal do Youtube OBAKE, O CONTADOR DE HISTÓRIAS e contará com vários contos ambientados no Japão. https://www.youtube.com/channel/UCnywHsQ_ID1Np46yb2Vcedg Com o roteiro escrito por mim e a arte insana do desenhista Alexandre Funashima, que aliás, é o artista que faz as capas dos meus livros!
Quer mais? Pois bem... Já adiantando o que vem por aí, em breve o canal terá a temporada Obake, o Contador de Histórias - Temporada Brasil e que terá em sua sequência um livro escrito também em parceria com o Alexandre Funashima, baseado em contos ambientados no Brasil.
E por falar em leitura, como já disse, a minha pilha de coisas para ler aumentou bastante, pois além dos livros que já havia comprado, ainda fiz a aquisição de um Kindle (não sei como vivi sem isso até agora), o que me possibilitou adquirir mais material de leitura. Tenho algum material dos autores do Grupo Amigos da Escrita e tenho que dizer que estou ansioso para ler tudo.
Nesses dias tive uma grata surpresa ao ler o livro do escritor Leandro de Melo Pereira RUA NOVE, primeiras aventuras. Um livro que me transportou de volta ao meu tempo de escola, com muitas aventuras e traquinagens típicas de crianças em idade escolar. Leandro fala sobre amizade, sobre sinceridade, sobre família, amor e companheirismo. Tudo isso mesclado com uma trama leve e envolvente que faz com que muitas pessoas da minha geração e também das novas gerações fiquem encantadas. É uma verdadeira enxurrada de memórias afetivas que vai nos fazer resgatar as nossas próprias lembranças. Li, gostei e recomendo!