Foto: Banco de imagens do Google
Quando penso em entretenimento para mim e para os meus filhos, imagino uma forma de unir o útil ao agradável. Entretenimento e Cultura podem e devem estar ligados, pois fazem parte da formação de cada um de nós. Aproveitando a Quarta-feira, quando a maioria dos cinemas fica mais barata, além da vantagem de ser universitário pagando meia entrada, fui ao cinema com a minha filha para assistir Tim Maia. No Japão, eu não conseguiria descontos nos cinemas e mesmo porque, talvez esse filme não passe nas telonas de lá. Qualquer outro jovem relutaria muito em assistir algo sobre um cantor que veio da década de 70, fez sucesso nos anos 80 e morreu na década de 90. Para mim, que sou fã do Tim, era importante assistir a um filme que falasse sobre a sua vida e a sua trajetória. Através do meu interesse pelo filme, minha filha também ficou curiosa para saber sobre a vida do Tim, o que me deixou muito feliz, pois ela nasceu numa geração onde já não existem tantos talentos autênticos e salvo poucas exceções, o panorama da nossa música caiu num nível medíocre. Não vou contar o filme, mas quero apresentar, como sempre, as minhas impressões. A história do Tim é comovente até a parte onde ele ainda não havia encontrado o sucesso. Uma infância pobre e sofrida. Os fatores inegáveis eram o seu talento, sua genialidade e a personalidade de sua voz marcante. Sua irreverência, por vezes chegava à níveis estúpidos e até ofensivos, mas essa parte dá uma luz ao filme e consegue arrancar boas gargalhadas do público. Notamos que Tim Maia tinha uma crise existencial e vivia em conflito com seu próprio ego, buscando um caminho que o fizesse feliz. Ele vivia suas loucuras e fazia todos à sua volta embarcarem em suas manias. Seu temperamento forte e o envolvimento com álcool e drogas muitas vezes o levaram ao fundo do poço. Como eu suspeitava, Tim tinha um grande amor e o rompimento com sua amada o levou a uma fase melancólica, com músicas depressivas e que marcaram época. A história do Tim Maia se confunde com a história da música no Brasil. Eu nem sabia que ele teve um contato tão próximo com o Roberto Carlos. Ele era um visionário e teve talento e coragem para incorporar o seu estilo próprio. Não pude deixar de notar que, apesar de sua personalidade forte e seu temperamento explosivo, ele viveu rodeado de amigos em seu auge de sucesso, mas se viu sozinho quando esteve em dificuldades. Tim surgiu num cenário onde haviam poucos canais de entretenimento, onde era necessário muito esforço e alguém que o indicasse, o famoso QI. No mundo estavam acontecendo a corrida espacial, muitos talentos da música internacional haviam morrido, a ditadura militar havia tomado conta do Brasil e o país cantava em Inglês. Quem viveu as décadas de 70 e 80 vai curtir bastante, mas recomendo aos mais jovens que, para que apreciem mais amplamente a obra, pesquisem um pouco antes para não ficar boiando, ou ir ao cinema acompanhado dos pais. De qualquer forma, é uma boa pedida de entretenimento e as tiradas sarcásticas do Tim são uma diversão à parte.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Todos nós somos o Brasil
Com o fim do segundo turno, pouco mais da metade do Brasil reelege a presidente Dilma. Vejo muitos comentários revoltados, muita brigas, manifestações agressivas contra o resultado e contra as pessoas do Nordeste. Sei que a corrupção está demais e que os ânimos estão exaltados. Não sou petista, mas o Aécio Neves também não me agradava... Porque votei nele? Talvez, porque ele fosse, na minha opinião, o menos pior. O Aécio tinha sobre ele muitas denúncias de corrupção, mas a Dilma também tinha... Democracia é assim... A maioria elege o seu candidato, mesmo que ele talvez não seja o melhor... O Brasil não elegeu o Collor no início da década de 90? O Aécio ser eleito, ou não, isso faz parte do processo democrático. Foi assim com o Lula, que teve que se candidatar algumas vezes antes de se eleger. Acredito que futuramente, ele se elegerá, caso o nível do atual governo cair, ou se aparecerem mais escândalos de corrupção. Aos opositores do PT, o que resta é fazer oposição... Fiscalizar e cobrar. Para todos nós, o que temos a fazer é continuar trabalhando honestamente, cumprindo os nossos deveres e cobrando os nossos direitos. Brigar, boicotar e até fugir do país não vai resolver nada. Se você estiver numa canoa, mesmo que não goste do comandante, não vai abrir um buraco no casco só para mostrar a sua insatisfação... A coisa mais sensata a fazer é pegar o remo e ajudar os outros a remar. O momento agora é de refletir sobre o que queremos e lutar pelas mudanças que tanto desejamos.
Agora, mudando de assunto um pouco, pois estou de saco cheio de tanta briga e de tanta ofensa por causa de política, alguém aí assistiu Drácula, a história nunca contada? Eu sou suspeito para falar do filme, pois desde pequeno, sou fã desse ícone das estórias, e porque não dizer histórias de terror, já que muita coisa que se escreveu sobre ele foram baseadas no lendário Vlad, o empalador. Já assistia as versões com o Cristopher Lee no passado. Vi outras versões, inclusive a baseada no conto original do Bram Stoker. Drácula sempre foi retratado como o vilão de todas as tramas, mas nesta versão, fantástica por sinal, ele é um monarca que busca qualquer recurso que o ajude a salvar o seu reino. Não vou contar o filme, mas o que gosto de fazer é compartilhar as minhas impressões com vocês. O visual sombrio dá um toque misterioso e ao mesmo tempo belo. A fotografia é primorosa e as paisagens e cenários são de tirar o fôlego. O que estraga um pouco é o excesso de efeitos especiais e a velocidade das sequências de batalha, que não dão tempo para absorver e saborear os detalhes. Drácula é uma presença forte em todo conto e marca de maneira muito profunda e épica o enredo do filme, entremeado de drama, romance, terror, história e heroísmo. Bem diferente dos vampiros água-com-açúcar da moda que vimos a algum tempo atrás. O final é surpreendente e não vou me admirar se produzirem uma sequência. Tirando alguns detalhes, que não chegam a tirar algum mérito do filme, fazia algum tempo que eu não assistia a um filme tão bom. Eu e minha filha assistimos e aprovamos!!! Sei que gosto cada um tem o seu, mas acho que muitos vão gostar.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Estar no lugar certo na hora certa...
Gente, já faz tempo que não me animo a postar alguma coisa por aqui. Gosto muito de compartilhar as experiências que adquiro no eixo Brasil-Japão. Gosto de falar sobre as impressões que tenho dessas experiências, mas estive passando por um momento difícil emocionalmente e psicologicamente falando. Depois de 20 anos vivendo no Japão, tentar me situar no Brasil é uma tarefa um pouco complicada, ao menos para aqueles que estão realmente preocupados em crescer intelectualmente e profissionalmente. O Brasil mudou bastante em termos de tecnologia e infra-estrutura, mas no quesito organização, ainda deixa um pouco a desejar. Sei que isso é uma questão de tempo, mas a corrupção é um dos maiores empecilhos diante de uma nação que clama por melhores condições na saúde, na segurança, na educação e em tantos outros campos carentes da verba roubada pelas mãos inescrupulosas de muitos dos nossos políticos.
Ultimamente, tenho andado muito de Metrô em São Paulo. A nossa malha ferroviária ainda é modesta diante das linhas europeias, ou mesmo se compararmos com as ferrovias do Japão, mas o Metrô de São Paulo é um meio de transporte digno de primeiro mundo. Tudo limpo, organizado e com muitos trens transportando passageiros para as principais localidades da região metropolitana. O Metrô é um meio de transporte sofisticado, mas que é usado por muita gente mal educada. Vejo algumas pessoas sentadas em assentos preferenciais sem arredar a bunda para dar lugar aos idosos... Pessoas paradas no lado esquerdo da escada rolante, atravancando a passagem de quem está com pressa... Pessoas jogando lixo no chão, apesar das lixeiras disponíveis nas estações... Pessoas apoiando os pés em cima de assentos vazios, infectando com sujeira os assentos onde outras pessoas vão se sentar... Acho que enquanto o nosso coração e a nossa educação não forem grandiosos, dificilmente seremos uma grande Nação.
Existem coisas que devem ser ditas, ou escritas, com a cabeça fria, afinal, a tristeza, a ira e tantos outros sentimentos nocivos afetam o nosso discernimento. Hoje, 14 dias depois do falecimento do seu Fábio, o homem que passei a vida inteira chamando carinhosamente de Pai, eu posso falar um pouco sobre a sua vida e sobre a sua inesperada passagem. Desde pequeno, eu me lembro daquele homem alegre, saudável (não bebia e nem fumava) e forte. Ele era sedentário, mas fazia muitos serviços no sítio e posteriormente na casa onde morou nos seus últimos anos de vida. Tudo para ele era motivo de piada e passou a vida gargalhando gostosamente. Toda vez que voltava ao Brasil, sempre fazia-lhe uma visita e ficávamos juntos por pelo menos uns dez dias. Eram dias alegres, com aquelas piadas e pegadinhas que ele vinha repetindo à décadas. Por incrível que pareça, apesar dos 84 anos, ele não tinha nenhuma doença e nunca precisou fazer tratamento de nenhuma espécie. Em Julho deste ano, dei o meu último abraço e lhe prometi que voltaria em Setembro para comemorar o seu aniversário. Ele estava lúcido e saudável. Em Agosto recebi a notícia de que ele teve uma hemorragia no intestino e posteriormente um AVC. Ele passou um tempo internado, em coma na UTI. Sofreu uma cirurgia radical e os médicos tiveram que tirar o intestino grosso. Sobreviveu e passou mais um tempo em observação na UTI. "Alguém lá em cima gosta dele" disse o médico. Posteriormente, ele acordou do coma e voltou para casa. Eu sempre tive medo dessas melhoras... Pacientes em estado grave que melhoram, na maioria dos casos só recebem essa graça para poderem morrer em casa e se despedirem de seus familiares. A minha razão dizia isso, mas eu não perdia as Esperanças. Na madrugada do dia 15 de Setembro, 10 dias antes de meu pai completar 85 anos, recebi uma ligação do meu Tio João. "Denis tenho uma notícia não muito boa para te dar..." Eu já sabia o que tinha acontecido. Liguei para a Rita e combinamos todos de irmos juntos para o Rio Grande do Sul.
Eu não entraria no mesmo ambiente que o cafajeste do Toninho, o caçula, mas engoli o meu orgulho e fui sepultar o meu pai. Para mim, era mais do que uma obrigação, era o meu último gesto de Amor e carinho. Velório e enterro não são lugares para baixaria. O Toninho, quando soube que eu iria, voltou do meio do caminho (covarde). Disse que se ele fosse, que "a coisa iria ficar feia para o meu lado..." (coitado).
Só quero deixar umas coisas bem claras:
Agradeço muito a Deus por ter me deixado estar no Brasil quando minha mãe e meu pai foram sepultados. Poder me despedir deles me deixou com a consciência tranquila e cumpri o meu dever e o meu luto.
Se o Toninho não foi sepultar o pai dele, assim como não foi sepultar a mãe, que não coloque a culpa em mim... Das duas uma: Ou ele foi muito COVARDE para não olhar nos meus olhos depois de toda a sujeirada que ele e a imbecil que ele chama de esposa fizeram debaixo do meu teto, ou ele foi muito mesquinho para não comprar uma passagem e ir lá no sul cumprir com o seu dever. Aliás, fugir dos deveres é a especialidade dele, é só olhar como a Flávia e o Henrique foram criados.
Segurei a alça da cabeceira do caixão, eu e o Fabinho, com muita honra e conduzimos o corpo até o destino final. A minha parte está feita! Ir ver o pai somente nos momentos bons é fácil...
Assim como ele tentou colocar a culpa da morte da minha mãe em mim, ele tentou fazer de novo com a morte do pai. Toninho... Faça um favor para você e para mim: MANTENHA A SUA BOCA FECHADA!!!
Viver tantos anos no Japão e voltar no momento em que meus pais morreram, para mim não é coincidência. É Deus trabalhando para que eu possa ter uma separação menos traumática. Essa Paz na consciência não tem preço.
Aniversário de 76 anos. Meu Tio João colocou o Fabinho no canto direito para que todos os filhos estivessem nessa foto.
sábado, 12 de abril de 2014
Escolas brasileiras no Japão II
Foto: Banco de imagens do Google
Ano passado não consegui cumprir as horas de estágio exigidas para o cumprimento do meu curso, então estou continuando este ano. Em Fevereiro não tive condições de ir à escola, então recomecei em Março. Este ano as turmas estão em outras salas, pois os alunos passaram de ano. Basicamente são as mesmas pessoas. Já tenho um certo carinho pela escola, pelos professores e pelos alunos. Muitos expressaram uma certa alegria em me rever. Fiquei muito feliz, pois a reação das pessoas é um bom termômetro para avaliar o quanto a sua presença é aceita em determinado ambiente. Sempre que me deparo com as apostilas do sistema COC fico pensando na dificuldade que os alunos enfrentam no processo de aprendizado. O material é muito bom, mas como disse em outra ocasião, esses alunos são brasileiros sendo criados fora do Brasil e há uma carência de informações que eles deveriam absorver diariamente. Não estou dizendo que haja deficiência no sistema escolar, pelo contrário, a escola e os professores se empenham para que os alunos estejam inseridos num ambiente onde haja o máximo de informações e contato com a cultura brasileira. Olhando de fora, porém, sinto que há a necessidade da iniciativa dos pais (que trabalham muito neste país), no sentido de incentivar a leitura e o acesso a material audiovisual que estimule a aquisição de mais conhecimento e cultura, principalmente em assuntos ligados ao Brasil. Na verdade, não existem adolescentes que acessam a internet a procura de National Geographic, History Chanel, Jornais, noticiários e outros conteúdos que enriqueceriam o seu conhecimento. E se deixarmos por conta deles, os conteúdos acessados serão sempre Facebook, games, Pânico e outras coisas que não acrescentarão lá substancial quantidade de conhecimento útil, mas fútil. É papel dos pais, em primeiro lugar e dos educadores indicar os caminhos para a construção do conhecimento. Vivendo no Japão, noto que eles conversam de maneira muito informal, mesmo em situações formais. O nível das redações, com a repetição excessiva de palavras indica que eles possuem um vocabulário ainda muito restrito. Muitos alunos demonstram muita inteligência, mas são demasiadamente relapsos na administração de sua vida escolar. Alguns esquecem suas apostilas em casa, e não fazem suas tarefas, além de negligenciarem os trabalhos que lhes auxiliam nas notas. Nesse ponto, por mais que a escola se esforce e os professores aconselhem os alunos, a participação dos pais é fundamental. Eles devem não só fiscalizar e cobrar desempenho de seus filhos, mas estimulá-los a buscar conhecimentos que incrementarão seu desempenho escolar. Os alunos da escola onde estagio estudam com as mesmas apostilas usadas no Brasil, mas eles vivem uma realidade diferente, estão vivendo fora de todo o contexto para o qual estão sendo educados e a busca por informações sobre a história, sobre os acontecimentos, atualidades e cultura brasileira é que resultará na obtenção dos conhecimentos que eles precisarão para enfrentar a vida e espero que seja o caso da grande maioria, prestar o vestibular.
Na Escola Alegria de saber, além das matérias tradicionais, os alunos ainda aprendem Informática, Espanhol, Japonês e Inglês. Português e Inglês já fazem parte da grade de ensino, mas achei muito interessante a inserção de Espanhol e Japonês. O sistema de ensino é brasileiro, e a interação com os alunos é toda feita em Português, mas existem algumas regras que são caracteristicamente japonesas, como os obentos (marmitas) que muitas pessoas comem, além do souji (faxina) que é realizada pelos alunos no final da aula. Admiro muito a luta desses educadores no desafio de ensinar esses brasileirinhos que vivem tão distantes de sua Pátria. Eles são, não apenas professores, mas agregam conhecimentos gerais que complementam suas aulas, são psicólogos, conselheiros e ícones nos quais os alunos têm sua referência depois dos pais. Eles são acima de tudo Educadores.
Disponível nas livrarias:
http:// www.livrariacultura.com.br/ scripts/resenha/ resenha.asp?nitem=22601319& sid=6249712161451151996227 139
http:// martinsfontes.produto.rakut en.com.br/ obake-o-japao-mal-assombrad o.aspx
http://www.asabeca.com.br/ detalhes.php?prod=5467&kb=7 91#.UQS_6r83sTA
No Japão você encontra no ARMAZÉM FASHION JAPAN
Tel: 0566-87-7209
090-6589-7976 (SoftBank)
Ano passado não consegui cumprir as horas de estágio exigidas para o cumprimento do meu curso, então estou continuando este ano. Em Fevereiro não tive condições de ir à escola, então recomecei em Março. Este ano as turmas estão em outras salas, pois os alunos passaram de ano. Basicamente são as mesmas pessoas. Já tenho um certo carinho pela escola, pelos professores e pelos alunos. Muitos expressaram uma certa alegria em me rever. Fiquei muito feliz, pois a reação das pessoas é um bom termômetro para avaliar o quanto a sua presença é aceita em determinado ambiente. Sempre que me deparo com as apostilas do sistema COC fico pensando na dificuldade que os alunos enfrentam no processo de aprendizado. O material é muito bom, mas como disse em outra ocasião, esses alunos são brasileiros sendo criados fora do Brasil e há uma carência de informações que eles deveriam absorver diariamente. Não estou dizendo que haja deficiência no sistema escolar, pelo contrário, a escola e os professores se empenham para que os alunos estejam inseridos num ambiente onde haja o máximo de informações e contato com a cultura brasileira. Olhando de fora, porém, sinto que há a necessidade da iniciativa dos pais (que trabalham muito neste país), no sentido de incentivar a leitura e o acesso a material audiovisual que estimule a aquisição de mais conhecimento e cultura, principalmente em assuntos ligados ao Brasil. Na verdade, não existem adolescentes que acessam a internet a procura de National Geographic, History Chanel, Jornais, noticiários e outros conteúdos que enriqueceriam o seu conhecimento. E se deixarmos por conta deles, os conteúdos acessados serão sempre Facebook, games, Pânico e outras coisas que não acrescentarão lá substancial quantidade de conhecimento útil, mas fútil. É papel dos pais, em primeiro lugar e dos educadores indicar os caminhos para a construção do conhecimento. Vivendo no Japão, noto que eles conversam de maneira muito informal, mesmo em situações formais. O nível das redações, com a repetição excessiva de palavras indica que eles possuem um vocabulário ainda muito restrito. Muitos alunos demonstram muita inteligência, mas são demasiadamente relapsos na administração de sua vida escolar. Alguns esquecem suas apostilas em casa, e não fazem suas tarefas, além de negligenciarem os trabalhos que lhes auxiliam nas notas. Nesse ponto, por mais que a escola se esforce e os professores aconselhem os alunos, a participação dos pais é fundamental. Eles devem não só fiscalizar e cobrar desempenho de seus filhos, mas estimulá-los a buscar conhecimentos que incrementarão seu desempenho escolar. Os alunos da escola onde estagio estudam com as mesmas apostilas usadas no Brasil, mas eles vivem uma realidade diferente, estão vivendo fora de todo o contexto para o qual estão sendo educados e a busca por informações sobre a história, sobre os acontecimentos, atualidades e cultura brasileira é que resultará na obtenção dos conhecimentos que eles precisarão para enfrentar a vida e espero que seja o caso da grande maioria, prestar o vestibular.
Na Escola Alegria de saber, além das matérias tradicionais, os alunos ainda aprendem Informática, Espanhol, Japonês e Inglês. Português e Inglês já fazem parte da grade de ensino, mas achei muito interessante a inserção de Espanhol e Japonês. O sistema de ensino é brasileiro, e a interação com os alunos é toda feita em Português, mas existem algumas regras que são caracteristicamente japonesas, como os obentos (marmitas) que muitas pessoas comem, além do souji (faxina) que é realizada pelos alunos no final da aula. Admiro muito a luta desses educadores no desafio de ensinar esses brasileirinhos que vivem tão distantes de sua Pátria. Eles são, não apenas professores, mas agregam conhecimentos gerais que complementam suas aulas, são psicólogos, conselheiros e ícones nos quais os alunos têm sua referência depois dos pais. Eles são acima de tudo Educadores.
Disponível nas livrarias:
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terça-feira, 1 de abril de 2014
Cada fim é um novo começo
Ontem, dia 31 de Março foi o meu último dia de trabalho na Belltech. Foram dois anos e meio de convivência com pessoas fantásticas. Cada ser humano tem uma história de vida. Suas alegrias e seus dramas diários, muitos deles chegaram a mim em forma de desabafo, afinal, o motorista é a primeira pessoa que elas encontram depois do trabalho. Nem o Mestre dos mestres conseguiu satisfazer todo mundo, então eu, na minha modesta condição de reles mortal não iria conseguir também, mas como em todos os lugares onde trabalhei, deixo uma legião de pessoas que, de alguma forma ficaram contentes com a minha convivência. Eu não fui tão somente um motorista, mas alguém que fazia parte do dia-a-dia dessas pessoas. Sempre fiz questão de saudar a todas as minhas passageiras com um "BOM DIA" dito lá do fundo do coração, vibrando e desejando realmente que o dia delas fosse bom. Assim como dizer "BOM SERVIÇO, TENHAM TODAS UM BOM DIA". No final do expediente, na hora do desembarque "BOM DESCANSO, UMA BOA NOITE"... Isso é agregar valor humano ao trabalho. O motorista trabalha muitos pontos que as pessoas não notam, mas que são muito importantes para o bem-estar das passageiras, como pré-aquecer o ônibus no frio, para que elas embarquem no veículo quentinho, ou então, deixar o ônibus com o ar condicionado ligado alguns minutos antes do embarque para que elas viajem num ambiente fresco no calor... Evitar que elas sofram com calor, ou frio extremo é ajudá-las a se prevenir de resfriados. Recebê-las com um sorriso e um tom cordial para que elas tenham um bom começo e um bom final de expediente... Ligar música em volume moderado para fazer um som ambiente e preencher o veículo com alto-astral... Chegar de bom humor no trabalho faz a pessoa ficar mais produtiva e menos suscetível a acidentes. Nem sempre as passageiras gostavam do meu modo de trabalhar, mas analisando o índice de passageiras que me demonstravam simpatia e respeito pelo que eu fazia, acredito que o saldo é bem positivo. Algumas poucas vezes o escritório me avisava que alguma funcionária tinha reclamado de algo, mas eu sempre me reportava antes para eles para que não houvesse nenhum mal-entendido. Sempre reportei os problemas do transporte à minha chefe, por mais pequenos que fossem para que o meu trabalho sempre tivesse credibilidade. Nunca discuti problemas técnicos com minhas passageiras, visto que não havia necessidade de dar explicações técnicas, principalmente para quem não sabe dirigir. Dirijo a 35 anos, sendo que 5 destes como profissional. Minha licença era GOLD e tenho licença especial de CHUUGATA (veículos de porte médio). Sempre primei pela segurança e bem-estar das minhas passageiras. De ônibus, ou de Van, para mim, sempre foi importante fazer o meu trabalho da melhor maneira possível, agregando valor com pequenos detalhes que, ao meu ver produzem grandes resultados.
Quando fui ao escritório formalizar a minha saída, fui recebido pelos tantoushas e pelos chefes Ota-san, Sonia-san e Ushida-san. Foi um Aisatsu bem informal, mas coroado de palavras de carinho e reconhecimento. Senti-me verdadeiramente entre amigos e confesso que dificilmente encontraria em outro lugar um ambiente de trabalho tão bom como esse.
Finalizar essa fase da minha vida não está sendo fácil e estou passando por uma transição muito dolorosa, mas acredito que este fim de fase marca o início de outra. Como disse para todos os meus amigos, trilharei novos caminhos, mas levarei todos no meu coração.
domingo, 9 de março de 2014
A hipocrisia nossa de cada dia
Foto: Banco de imagens do Google
Costumo dizer que a demagogia é uma parente muito próxima da hipocrisia. Quem é que não está já de saco cheio desses políticos fazendo pose de austeridade e, depois de eleitos, quando chega a hora de trabalhar a pose muda totalmente.Vendo o Brasil daqui de fora, sinto uma grande tristeza de saber que a grande massa ignorante vai vender o seu voto novamente para um dos partidos que mais se corrompeu como nunca antes visto na história desse país... Vão atravancar o progresso de uma nação inteira em nome do comodismo... Em favor de um governo que investe na sem-vergonhice de uma massa que prefere correr atrás da inscrição de tudo quanto é "bolsa" do que ir atrás de um emprego... Esse mesmo governo que, igual aos bandidos de rua, age descaradamente na certeza da impunidade.
Sempre digo que a corrupção é a mãe de todas as outras carências do país. Só que se observarmos bem, a hipocrisia é uma via de mão dupla... Estamos cercados por gente hipócrita... Aliás, estamos mergulhados num mar de gente hipócrita... Se por um lado a hipocrisia do governo é descabida, por outro lado a hipocrisia do povo não fica muito para trás, visto que em toda eleição elegem-se as mesmas figurinhas carimbadas. Já diziam uns amigos meus de mais idade: "O brasileiro tem memória curta." Está aí uma grande verdade... É de se ficar no mínimo indignado, afinal, quantos políticos sob denúncias de corrupção são expostos pela mídia todos os dias e esses mesmos políticos voltam a cada eleição para pedir o seu voto! E você ainda continua votando nele?!
Como disse aí em cima, vivemos cercados de hipocrisia... Sei que todo mundo dissimula em maior, ou menor grau, mas a hipocrisia descarada me incomoda profundamente. Principalmente vinda daquelas pessoas que estão muito próximas a mim.
-Naquelas pessoas na sua escola que falam mal de você pelas costas, mas que estão sempre te bajulando para que você as ajude nas tarefas difíceis.
-No seu trabalho, quando todo mundo só é seu amigo até você ser promovido... Se você fica na sua você é metido... Se você se esforça, é taxado de puxa-saco... Batem nas suas costas, mas falam mal de você para o chefe no intuito de desestimular qualquer chance de promoção...
-Naqueles parentes que desejam que você fique bem, contanto que não fique melhor do que eles...
Quando a facada vem de uma pessoa estranha, você até que fica chateado, mas supera, no entanto, quando vem de dentro do seu círculo de relacionamento aí a decepção é grande...
Tenho um ex-irmão que não é exatamente um poço de virtudes, mas que um dia resolveu cuidar da minha vida e a falar mal de mim pelas costas. Começou a apontar os meus defeitos e a me chamar de mal-caráter... Bem... Eu já tinha engolido tanto sapo, afinal eu gostava dele e apesar de todas as coisas sujas que ele fez, limitei-me a me calar e guardar para mim todas aquelas coisas... Quando descobri todas as coisas que ele fez e falou dentro da minha casa e da minha loja ele conseguiu destruir toda a consideração que um dia tive por ele e que não era pouca. A hipocrisia dele me enoja e fez com que todos aqueles sapos que engoli nesses anos todos ficassem indigestos... Hoje estou num processo de desintoxicação e vou vomitar todas as coisas que ficaram encravadas na minha garganta. O volume de idiotices que ele fez é tão extenso que para colocar tudo para fora terei que escrever um livro.
O maior erro que cometemos é pensar que só porque tratamos alguém de maneira fraternal esse alguém vai ter conosco o mesmo nível de consideração.
Não sou contra as pessoas corrigirem seus erros, virar a página da vida e fazer um novo começo, mas odeio pessoas hipócritas que ficam se auto-referindo e julgando o caráter dos outros.
Meu ex-irmão me causou prejuízos psicológico, emocional e consequentemente financeiro... Tem dias que não durmo e nem como direito, pois ainda não consegui me libertar das traições que ele cometeu sob o meu teto. Ainda não me perdoei por ter deixado ele entrar na minha vida e fazer o que fez... Tenho tido pensamentos muito ruins e temo que esteja perdendo uma parte do meu bom-senso. Hoje, se eu o encontrasse na minha frente não exitaria em dar-lhe um soco na cara, ou um tiro na cabeça.
Peço a Deus que ele desapareça da minha vida e que eu não tenha mais notícias dele, pois se eu souber que ele se aproximou de algum dos meus filhos, ou passou perto da minha casa, ou do meu sítio vou buscá-lo nem que seja no inferno!!!
Ultimamente estou num nível de tolerância crítico e a hipocrisia das pessoas tem me incomodado bastante.
Costumo dizer que a demagogia é uma parente muito próxima da hipocrisia. Quem é que não está já de saco cheio desses políticos fazendo pose de austeridade e, depois de eleitos, quando chega a hora de trabalhar a pose muda totalmente.Vendo o Brasil daqui de fora, sinto uma grande tristeza de saber que a grande massa ignorante vai vender o seu voto novamente para um dos partidos que mais se corrompeu como nunca antes visto na história desse país... Vão atravancar o progresso de uma nação inteira em nome do comodismo... Em favor de um governo que investe na sem-vergonhice de uma massa que prefere correr atrás da inscrição de tudo quanto é "bolsa" do que ir atrás de um emprego... Esse mesmo governo que, igual aos bandidos de rua, age descaradamente na certeza da impunidade.
Sempre digo que a corrupção é a mãe de todas as outras carências do país. Só que se observarmos bem, a hipocrisia é uma via de mão dupla... Estamos cercados por gente hipócrita... Aliás, estamos mergulhados num mar de gente hipócrita... Se por um lado a hipocrisia do governo é descabida, por outro lado a hipocrisia do povo não fica muito para trás, visto que em toda eleição elegem-se as mesmas figurinhas carimbadas. Já diziam uns amigos meus de mais idade: "O brasileiro tem memória curta." Está aí uma grande verdade... É de se ficar no mínimo indignado, afinal, quantos políticos sob denúncias de corrupção são expostos pela mídia todos os dias e esses mesmos políticos voltam a cada eleição para pedir o seu voto! E você ainda continua votando nele?!
Como disse aí em cima, vivemos cercados de hipocrisia... Sei que todo mundo dissimula em maior, ou menor grau, mas a hipocrisia descarada me incomoda profundamente. Principalmente vinda daquelas pessoas que estão muito próximas a mim.
-Naquelas pessoas na sua escola que falam mal de você pelas costas, mas que estão sempre te bajulando para que você as ajude nas tarefas difíceis.
-No seu trabalho, quando todo mundo só é seu amigo até você ser promovido... Se você fica na sua você é metido... Se você se esforça, é taxado de puxa-saco... Batem nas suas costas, mas falam mal de você para o chefe no intuito de desestimular qualquer chance de promoção...
-Naqueles parentes que desejam que você fique bem, contanto que não fique melhor do que eles...
Quando a facada vem de uma pessoa estranha, você até que fica chateado, mas supera, no entanto, quando vem de dentro do seu círculo de relacionamento aí a decepção é grande...
Tenho um ex-irmão que não é exatamente um poço de virtudes, mas que um dia resolveu cuidar da minha vida e a falar mal de mim pelas costas. Começou a apontar os meus defeitos e a me chamar de mal-caráter... Bem... Eu já tinha engolido tanto sapo, afinal eu gostava dele e apesar de todas as coisas sujas que ele fez, limitei-me a me calar e guardar para mim todas aquelas coisas... Quando descobri todas as coisas que ele fez e falou dentro da minha casa e da minha loja ele conseguiu destruir toda a consideração que um dia tive por ele e que não era pouca. A hipocrisia dele me enoja e fez com que todos aqueles sapos que engoli nesses anos todos ficassem indigestos... Hoje estou num processo de desintoxicação e vou vomitar todas as coisas que ficaram encravadas na minha garganta. O volume de idiotices que ele fez é tão extenso que para colocar tudo para fora terei que escrever um livro.
O maior erro que cometemos é pensar que só porque tratamos alguém de maneira fraternal esse alguém vai ter conosco o mesmo nível de consideração.
Não sou contra as pessoas corrigirem seus erros, virar a página da vida e fazer um novo começo, mas odeio pessoas hipócritas que ficam se auto-referindo e julgando o caráter dos outros.
Meu ex-irmão me causou prejuízos psicológico, emocional e consequentemente financeiro... Tem dias que não durmo e nem como direito, pois ainda não consegui me libertar das traições que ele cometeu sob o meu teto. Ainda não me perdoei por ter deixado ele entrar na minha vida e fazer o que fez... Tenho tido pensamentos muito ruins e temo que esteja perdendo uma parte do meu bom-senso. Hoje, se eu o encontrasse na minha frente não exitaria em dar-lhe um soco na cara, ou um tiro na cabeça.
Peço a Deus que ele desapareça da minha vida e que eu não tenha mais notícias dele, pois se eu souber que ele se aproximou de algum dos meus filhos, ou passou perto da minha casa, ou do meu sítio vou buscá-lo nem que seja no inferno!!!
Ultimamente estou num nível de tolerância crítico e a hipocrisia das pessoas tem me incomodado bastante.
sábado, 1 de março de 2014
A cabana
Fazia tempo que eu não me deparava com um livro tão bom. Gostei muito da estória e da maneira como ela se desenrola. Li algumas críticas contra o livro, mas democracia é isso. Cada um expressa a sua opinião a respeito das coisas. Para analisar cada conteúdo, devemos primeiramente estar com a mente aberta e usar não só a inteligência, mas a sensibilidade para captar as mensagens sutis que o autor passa nas entrelinhas. Análise é o que é... Observar, sentir e reportar os resultados, as impressões. Sem preconceitos, sem parcialidades, ou tendencionismo. Conversei com minha filha dia desses e comentei sobre o livro. disse-lhe que achei o livro bom e me limitei a sugerir: "se você se interessar pela obra, leia-a, pois eu gostei..."
Como ela ainda não leu, vou somente comentar algumas facetas que achei interessantes e sugerir aos meus amigos que leiam também.
A cabana é uma estória fictícia bem ao gênero A casa do lago, o autor divaga entre a realidade e a fantasia simplificando o conceito de Santa Trindade. Espanta para longe o típico preconceito daqueles que fazem estereótipos da imagem de Deus, ou de Jesus. Põe abaixo aquela imagem mental que a maioria de nós temos a respeito de Deus. Um Deus severo, carrancudo, autoritário e vingativo... Young nos surpreende com a simplificação do nosso Todo Poderoso. Alguém que se divide em três e que é único. Alguém que apesar de toda a sua grandeza, volta-se para um simples homem e diz para ele que ele é especial... Que se materializa na forma humana e que converte o complexo mecanismo do universo em coisas simples como um jardim, ou uma cabana... Metáforas para que Mack possa entender tudo o que Papai tem a lhe dizer.
A cabana coloca em pauta para discussão assuntos como perdão, ira, mágoa, Amor, Esperança e redenção. Algumas pessoas acharam o livro meloso e que o autor faz uma trama confusa. Na minha modesta e honesta opinião, o livro nos transmite uma linda mensagem com sentimentalismo dentro do que se propõe (não poderia ser diferente, afinal é um romance e não um tratado científico) e o autor, ao contrário do que li em algumas críticas não arrasta um enredo confuso, mas faz uma explicação metafórica e simplificada de maneira genial sobre questões bíblicas e sobre como Deus nos ama. Como disse anteriormente, para se fazer uma análise honesta e mais próxima da verdade, deve-se despojar dos véus do preconceito e do tendencionismo para que nenhum conceito pré estabelecido deturpe a forma como sentimos as novas informações. Como digo sempre a respeito dos livros que apreciei: Li, gostei e recomendo!!!
Como ela ainda não leu, vou somente comentar algumas facetas que achei interessantes e sugerir aos meus amigos que leiam também.
A cabana é uma estória fictícia bem ao gênero A casa do lago, o autor divaga entre a realidade e a fantasia simplificando o conceito de Santa Trindade. Espanta para longe o típico preconceito daqueles que fazem estereótipos da imagem de Deus, ou de Jesus. Põe abaixo aquela imagem mental que a maioria de nós temos a respeito de Deus. Um Deus severo, carrancudo, autoritário e vingativo... Young nos surpreende com a simplificação do nosso Todo Poderoso. Alguém que se divide em três e que é único. Alguém que apesar de toda a sua grandeza, volta-se para um simples homem e diz para ele que ele é especial... Que se materializa na forma humana e que converte o complexo mecanismo do universo em coisas simples como um jardim, ou uma cabana... Metáforas para que Mack possa entender tudo o que Papai tem a lhe dizer.
A cabana coloca em pauta para discussão assuntos como perdão, ira, mágoa, Amor, Esperança e redenção. Algumas pessoas acharam o livro meloso e que o autor faz uma trama confusa. Na minha modesta e honesta opinião, o livro nos transmite uma linda mensagem com sentimentalismo dentro do que se propõe (não poderia ser diferente, afinal é um romance e não um tratado científico) e o autor, ao contrário do que li em algumas críticas não arrasta um enredo confuso, mas faz uma explicação metafórica e simplificada de maneira genial sobre questões bíblicas e sobre como Deus nos ama. Como disse anteriormente, para se fazer uma análise honesta e mais próxima da verdade, deve-se despojar dos véus do preconceito e do tendencionismo para que nenhum conceito pré estabelecido deturpe a forma como sentimos as novas informações. Como digo sempre a respeito dos livros que apreciei: Li, gostei e recomendo!!!
sábado, 22 de fevereiro de 2014
Os tipos de brasileiros no Japão
Foto: Banco de imagens do Google
Faz muito tempo que eu percebi que o ser humano usa diversas máscaras para interagir dentro da sociedade. Quando eu era criança, via as pessoas mais velhas nos condenando por mentir, no entanto, elas mesmas usavam essas máscaras, contradizendo tudo aquilo que pregavam. Certa vez, testemunhei um caso interessante: Uma pessoa do meu círculo (não vou citar o nome), falava mal de um certo conhecido que tínhamos. "Era fugitivo da Justiça, bandido, tramposo..."
Depois de um certo tempo, esse conhecido aparentava estar bem de vida. Eles tinham um relacionamento de muita camaradagem, mas o homem não sabia que o "amigo" falava mal dele pelas costas. Com o passar do tempo o discurso mudou: "Nossa... O fulano é um cara muito bacana... Estou pensando em chamá-lo para ser meu compadre..."
Incrível como a conveniência faz as pessoas mudarem de opinião... O suposto bandido agora era um cara legal...
Todos os seres humanos possuem o Bem e o mal dentro de si. É a teoria do Yin e do Yang. Duas energias opostas que coexistem dentro de nós. Em tempos de Facebook, as pessoas criam perfis escondendo seu lado mau e se mostrando como exemplos para a sociedade. No Facebook tudo é lindo, as pessoas são sempre bem intencionadas e não existe ninguém mau... Alguém acredita nisso?
Sou a favor das pessoas evoluírem... Muitas vezes, deixar um passado ruim para trás e virar a página, mas não posso deixar de notar os tipos de brasileiros que vivem por aqui. Não que isso me incomode, mas a título de curiosidade vou descrevê-los abaixo e acho que muita gente vai identificar muitos desses tipos em seu círculo de relacionamento.
THE BEST
Esse é o brasileiro que tem um sério problema de autoestima. Toda vida foi um "joão-ninguém", mas ao chegar no Japão, vai trabalhar em alguma fábrica e depois de algum tempo torna-se veterano. Aí começa a concorrer com outros operários ao posto de melhor funcionário da empresa. Seu discurso é sempre:
"eu sempre bato a cota... eu sempre faço as produções mais altas... eu sou o melhor nisso... eu sou o melhor naquilo... nem sei o que vai ser dessa fábrica quando eu sair..."
O SOFREDOR
Esse é o tipo de brasileiro que acha que tudo é sempre mais difícil para ele. Enquanto todos trabalham, ele se sacrifica. Enquanto todos tem problemas, ele tem uma vida insuportável. Enquanto todos pegam o trem. ou o ônibus, ele cumpre uma via-crucis. Enquanto todos fazem horas-extras, ele se mata de trabalhar...
Invariavelmente banca o coitado... É uma espécie de pseudo-herói... Tenta a todo momento despertar a compaixão alheia no intuito de tirar vantagem.
O NOVO RICO
Esse tipo é muito comum aqui no Japão. Só anda vestido com roupas de grifes caras, endivida-se para criar uma aparência sofisticada para as outras pessoas. Geralmente gasta tudo o que tem tentando iludir os outros e a si mesmo. Nega veementemente as suas origens e faz pouco caso de pessoas mais simples. Geralmente volta ao Brasil falando mal do Japão, mas quando a situação aperta, vem correndo para cá novamente.
O novo rico faz questão de andar com produtos eletrônicos de última geração. Carros imponentes, roupas de grife, mas nos bastidores vive vendendo o almoço para comprar a janta.
O JAPONÊS
Esse tipo é bem comum. Normalmente é descendente de japoneses de pai e mãe. Notadamente brasileiro, mas quando está em público, tenta passar despercebido. Se alguém dirigir-lhe a palavra ele fará cara de poucos amigos e falará em japonês na ilusão de que pensem que ele é japonês. Tem vergonha de ser brasileiro e julga-se melhor que os demais.
O AMERICANO
Esse outro tipo também tem bastante por aqui. Geralmente não tem descendência japonesa. Invariavelmente é cônjuge de nikkei. Como o indivíduo descrito aí em cima, ele é notadamente brasileiro, mas tem vergonha disso. Arrasta um inglês sofrível e quer ser confundido com americano. Nos shoppings procura chamar a atenção tentando fazer com que as pessoas pensem que ele é americano. Para isso, usa roupas e acessórios imitando algum artista da terra do Tio Sam. O fim do mundo para ele é encontrar um conhecido e ser abordado em alto e bom som na língua Portuguesa.
O ESQUIZOFRÊNICO
Esse tipo tem mania de perseguição. Para ele, tudo e todos estão contra ele. Desconfia de todo mundo e vive uma carência afetiva e social muito profunda. Geralmente tem problemas de relacionamento e mora sozinho. Também vive afastado da família. A maioria dos parentes está no Brasil e os que estão no Japão não querem saber dele.
O ABDUZIDO
Esse é bem típico. Geralmente é egoísta, trapaceiro e caloteiro. Endivida-se no Brasil, larga a família, as contas e tudo mais. Vive no Japão como se não fosse voltar mais para o Brasil (alguns nem voltam mesmo). Parece que foi abduzido e finge que problemas no Brasil não existem. Não paga as dívidas, pensão para os filhos e outras contas que sofrerão um baita calote. O abduzido geralmente acha que quando voltar ao Brasil, poderá repetir as palhaçadas no Japão. Geralmente pega celulares caros e financia um monte de outras coisas. Estoura o cartão de crédito e escapa para o Brasil.
O AVARENTO
No intuito de economizar dinheiro, esse tipo come comida instantânea, não sai de casa e não coça o bolso para nada. Chega a roubar papel higiênico da fábrica onde trabalha só para não ter que comprar. Normalmente é só pele e osso de aparência, vive doente e com distúrbios de sono, humor e saúde.
O VELOZ E FURIOSO
Esse é aquele que chega no Japão, compra um carro esportivo e sai por aí achando que é o Paul Walker, ou o Vin Diesel... Pega um monte de multas e é chamado na delegacia para prestar esclarecimentos. Gasta todo o salário com pneus, preparação de motor e acessórios para a caranga.
Gasta uma fortuna no carro e quando tem que voltar ao Brasil, vende a máquina por uma mixaria. Depois de gastar tanto dinheiro com o carro dos sonhos como Toyota Supra, Nissan Skyline, Mazda RX-7/RX-8, Mitsubishi Eclipse, Mitsubishi 3000 GT, Mitsubishi Lancer Evolution, Subaru Impreza... Depois de montar em altas carangas o infeliz volta para o Brasil para andar de Golzinho 1000...
Acho que cada um faz o que bem entender de sua vida, mas essas figurinhas carimbadas fazem parte do nosso cotidiano no Japão e sei que muita gente conhece ao menos um desses tipos que fazem de suas vidas uma missão mais difícil do que deveria e ainda pior... Dificultam a vida de quem vive próximo deles.
Difícil encontrar alguém verdadeiramente autêntico... É... O ser humano e suas máscaras...
Faz muito tempo que eu percebi que o ser humano usa diversas máscaras para interagir dentro da sociedade. Quando eu era criança, via as pessoas mais velhas nos condenando por mentir, no entanto, elas mesmas usavam essas máscaras, contradizendo tudo aquilo que pregavam. Certa vez, testemunhei um caso interessante: Uma pessoa do meu círculo (não vou citar o nome), falava mal de um certo conhecido que tínhamos. "Era fugitivo da Justiça, bandido, tramposo..."
Depois de um certo tempo, esse conhecido aparentava estar bem de vida. Eles tinham um relacionamento de muita camaradagem, mas o homem não sabia que o "amigo" falava mal dele pelas costas. Com o passar do tempo o discurso mudou: "Nossa... O fulano é um cara muito bacana... Estou pensando em chamá-lo para ser meu compadre..."
Incrível como a conveniência faz as pessoas mudarem de opinião... O suposto bandido agora era um cara legal...
Todos os seres humanos possuem o Bem e o mal dentro de si. É a teoria do Yin e do Yang. Duas energias opostas que coexistem dentro de nós. Em tempos de Facebook, as pessoas criam perfis escondendo seu lado mau e se mostrando como exemplos para a sociedade. No Facebook tudo é lindo, as pessoas são sempre bem intencionadas e não existe ninguém mau... Alguém acredita nisso?
Sou a favor das pessoas evoluírem... Muitas vezes, deixar um passado ruim para trás e virar a página, mas não posso deixar de notar os tipos de brasileiros que vivem por aqui. Não que isso me incomode, mas a título de curiosidade vou descrevê-los abaixo e acho que muita gente vai identificar muitos desses tipos em seu círculo de relacionamento.
THE BEST
Esse é o brasileiro que tem um sério problema de autoestima. Toda vida foi um "joão-ninguém", mas ao chegar no Japão, vai trabalhar em alguma fábrica e depois de algum tempo torna-se veterano. Aí começa a concorrer com outros operários ao posto de melhor funcionário da empresa. Seu discurso é sempre:
"eu sempre bato a cota... eu sempre faço as produções mais altas... eu sou o melhor nisso... eu sou o melhor naquilo... nem sei o que vai ser dessa fábrica quando eu sair..."
O SOFREDOR
Esse é o tipo de brasileiro que acha que tudo é sempre mais difícil para ele. Enquanto todos trabalham, ele se sacrifica. Enquanto todos tem problemas, ele tem uma vida insuportável. Enquanto todos pegam o trem. ou o ônibus, ele cumpre uma via-crucis. Enquanto todos fazem horas-extras, ele se mata de trabalhar...
Invariavelmente banca o coitado... É uma espécie de pseudo-herói... Tenta a todo momento despertar a compaixão alheia no intuito de tirar vantagem.
O NOVO RICO
Esse tipo é muito comum aqui no Japão. Só anda vestido com roupas de grifes caras, endivida-se para criar uma aparência sofisticada para as outras pessoas. Geralmente gasta tudo o que tem tentando iludir os outros e a si mesmo. Nega veementemente as suas origens e faz pouco caso de pessoas mais simples. Geralmente volta ao Brasil falando mal do Japão, mas quando a situação aperta, vem correndo para cá novamente.
O novo rico faz questão de andar com produtos eletrônicos de última geração. Carros imponentes, roupas de grife, mas nos bastidores vive vendendo o almoço para comprar a janta.
O JAPONÊS
Esse tipo é bem comum. Normalmente é descendente de japoneses de pai e mãe. Notadamente brasileiro, mas quando está em público, tenta passar despercebido. Se alguém dirigir-lhe a palavra ele fará cara de poucos amigos e falará em japonês na ilusão de que pensem que ele é japonês. Tem vergonha de ser brasileiro e julga-se melhor que os demais.
O AMERICANO
Esse outro tipo também tem bastante por aqui. Geralmente não tem descendência japonesa. Invariavelmente é cônjuge de nikkei. Como o indivíduo descrito aí em cima, ele é notadamente brasileiro, mas tem vergonha disso. Arrasta um inglês sofrível e quer ser confundido com americano. Nos shoppings procura chamar a atenção tentando fazer com que as pessoas pensem que ele é americano. Para isso, usa roupas e acessórios imitando algum artista da terra do Tio Sam. O fim do mundo para ele é encontrar um conhecido e ser abordado em alto e bom som na língua Portuguesa.
O ESQUIZOFRÊNICO
Esse tipo tem mania de perseguição. Para ele, tudo e todos estão contra ele. Desconfia de todo mundo e vive uma carência afetiva e social muito profunda. Geralmente tem problemas de relacionamento e mora sozinho. Também vive afastado da família. A maioria dos parentes está no Brasil e os que estão no Japão não querem saber dele.
O ABDUZIDO
Esse é bem típico. Geralmente é egoísta, trapaceiro e caloteiro. Endivida-se no Brasil, larga a família, as contas e tudo mais. Vive no Japão como se não fosse voltar mais para o Brasil (alguns nem voltam mesmo). Parece que foi abduzido e finge que problemas no Brasil não existem. Não paga as dívidas, pensão para os filhos e outras contas que sofrerão um baita calote. O abduzido geralmente acha que quando voltar ao Brasil, poderá repetir as palhaçadas no Japão. Geralmente pega celulares caros e financia um monte de outras coisas. Estoura o cartão de crédito e escapa para o Brasil.
O AVARENTO
No intuito de economizar dinheiro, esse tipo come comida instantânea, não sai de casa e não coça o bolso para nada. Chega a roubar papel higiênico da fábrica onde trabalha só para não ter que comprar. Normalmente é só pele e osso de aparência, vive doente e com distúrbios de sono, humor e saúde.
O VELOZ E FURIOSO
Esse é aquele que chega no Japão, compra um carro esportivo e sai por aí achando que é o Paul Walker, ou o Vin Diesel... Pega um monte de multas e é chamado na delegacia para prestar esclarecimentos. Gasta todo o salário com pneus, preparação de motor e acessórios para a caranga.
Gasta uma fortuna no carro e quando tem que voltar ao Brasil, vende a máquina por uma mixaria. Depois de gastar tanto dinheiro com o carro dos sonhos como Toyota Supra, Nissan Skyline, Mazda RX-7/RX-8, Mitsubishi Eclipse, Mitsubishi 3000 GT, Mitsubishi Lancer Evolution, Subaru Impreza... Depois de montar em altas carangas o infeliz volta para o Brasil para andar de Golzinho 1000...
Acho que cada um faz o que bem entender de sua vida, mas essas figurinhas carimbadas fazem parte do nosso cotidiano no Japão e sei que muita gente conhece ao menos um desses tipos que fazem de suas vidas uma missão mais difícil do que deveria e ainda pior... Dificultam a vida de quem vive próximo deles.
Difícil encontrar alguém verdadeiramente autêntico... É... O ser humano e suas máscaras...
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Carta para Akiyo
Imagem: Banco de imagens do Google (Nosso Lar)
Carta para Akiyo
Querida mamãe, como vai? Hoje, dia 14 de Fevereiro faz 18 anos que você foi embora e deixou um grande vazio dentro do meu Coração. Gostaria muito de ter notícias suas, saber se você está bem, mas a humanidade ainda não encontrou um meio efetivo para estabelecer comunicação entre os nossos mundos sem que sejamos vítimas de charlatães e pessoas de má fé... Acho que você deve estar bem. Melhor do que eu, creio... Apesar de toda a luta que tenho dentro de mim para conter essa tristeza, quando chega o Valentine's day as lembranças ainda emergem com muita força do meu subconsciente. Quando você foi embora, experimentei duas sensações ao mesmo tempo: um certo alívio pelo fim do seu sofrimento e uma tristeza imensa pela nossa separação e pelas circunstâncias em que você partiu...
Gostaria de ter te trazido ao Japão para que você conhecesse a terra dos seus ancestrais. Para que você pudesse enfim se encontrar com a cultura dentro da qual foi criada. Na época em que você estava entre nós, achei que o dinheiro seria melhor usado te proporcionando bem-estar... Hoje vejo o quanto eu estava enganado. Uma viagem dessas seria uma experiência única em sua tão breve e sofrida vida. Hoje acho que não te amei o suficiente... Não te mimei o suficiente... E não fui sábio o suficiente para tomar as decisões mais acertadas. Hoje sei que engoli muito desaforo e fiz vista grossa para tantas coisas em nome do seu bem-estar. Desculpe mamãe, mas eu só tinha vinte anos quando tive que carregar a família. Espero que me perdoe. Quando você foi acometida pelo derrame, quiseram me culpar pela tragédia. Logo eu que sempre te apoiei e estive ao seu lado, mesmo distante... Queria voltar no tempo para te dizer o quanto te amava... Queria voltar no tempo para não ficar calado diante de tanta besteira que me foi dita...
As pessoas que me cobraram tanto pelo seu bem-estar foram as primeiras a te abandonar. Ainda hoje me lembro que estávamos em não mais do que umas dez, ou quinze pessoas para nos despedir de você. Lembro me que quando toquei as suas mãos geladas, meu mundo caiu sobre a minha cabeça e o chão sumiu sob os meus pés... Minha tia Araci estava lá, ao meu lado e apertou as minhas mãos e me olhou com doçura. Sem me dizer uma única palavra, ela me transmitiu muitas coisas... Lembro-me do Tio João que também ficou lá comigo até os momentos finais... essas pessoas que estiveram comigo nos momentos mais difíceis sem querer nada em troca. Lembro-me que o Fabinho, a Rita e o Toninho chegaram no dia seguinte. Havia um ar de tristeza pairando, mas não pude deixar de reparar que o Toninho estava mais preocupado em rever os amigos em Cachoeirinha e Gravataí, do que respeitar o nosso luto. Acho que era a forma dele de fugir daquela realidade.
Alguns dias depois veio a conta dos serviços funerários. Quinhentos reais (no ano de 1996). Nessa hora não sei onde foram parar os filhos que você criou, mas agradeço a Deus por ter me dado condições de sepultá-la com dignidade. Agradeço a Ele também por eu estar no Brasil quando você se foi, pois se eu estivesse no Japão, acho que esse vazio dentro de mim seria bem maior.
Sua neta já está na faculdade e seu neto está um menino lindo e arteiro. Nas veias deles pulsa uma parte do seu sangue e que de certa forma me faz pensar que uma parte de você continua caminhando pelo mundo junto com eles.
As feridas e a dor se amenizam com o tempo, mas não se curam totalmente. Em dias como o Valentine's day, o dia das mães, o Natal e o Ano Novo, essa dor volta com mais força. Hoje é um dia em que eu precisava de um ombro para chorar... De um colo para recostar a minha cabeça e adormecer para esquecer dos problemas mesmo que momentaneamente...
A dor é imensa e intensa e a saudade é eterna. Gostaria muito de te dizer o quanto te amei, mas a sua educação nipônica não me dava espaço para isso, portanto, agora, mesmo tarde quero te dizer que te amei muito e tenho muito carinho pela sua lembrança.
Quero agradecer pelas lições de vida. Por você ter trabalhado tanto para me criar. Por todos os sacrifícios que você fez por mim e sei que do seu jeito você me amou talvez mais do que eu te amei. Hoje olhando para os meus filhos eu entendo tudo isso.
Obrigado mãezinha por tudo. Fique na companhia do Pai Maior.
Do seu filho que nunca te esquece,
Jun.
Carta para Akiyo
Querida mamãe, como vai? Hoje, dia 14 de Fevereiro faz 18 anos que você foi embora e deixou um grande vazio dentro do meu Coração. Gostaria muito de ter notícias suas, saber se você está bem, mas a humanidade ainda não encontrou um meio efetivo para estabelecer comunicação entre os nossos mundos sem que sejamos vítimas de charlatães e pessoas de má fé... Acho que você deve estar bem. Melhor do que eu, creio... Apesar de toda a luta que tenho dentro de mim para conter essa tristeza, quando chega o Valentine's day as lembranças ainda emergem com muita força do meu subconsciente. Quando você foi embora, experimentei duas sensações ao mesmo tempo: um certo alívio pelo fim do seu sofrimento e uma tristeza imensa pela nossa separação e pelas circunstâncias em que você partiu...
Gostaria de ter te trazido ao Japão para que você conhecesse a terra dos seus ancestrais. Para que você pudesse enfim se encontrar com a cultura dentro da qual foi criada. Na época em que você estava entre nós, achei que o dinheiro seria melhor usado te proporcionando bem-estar... Hoje vejo o quanto eu estava enganado. Uma viagem dessas seria uma experiência única em sua tão breve e sofrida vida. Hoje acho que não te amei o suficiente... Não te mimei o suficiente... E não fui sábio o suficiente para tomar as decisões mais acertadas. Hoje sei que engoli muito desaforo e fiz vista grossa para tantas coisas em nome do seu bem-estar. Desculpe mamãe, mas eu só tinha vinte anos quando tive que carregar a família. Espero que me perdoe. Quando você foi acometida pelo derrame, quiseram me culpar pela tragédia. Logo eu que sempre te apoiei e estive ao seu lado, mesmo distante... Queria voltar no tempo para te dizer o quanto te amava... Queria voltar no tempo para não ficar calado diante de tanta besteira que me foi dita...
As pessoas que me cobraram tanto pelo seu bem-estar foram as primeiras a te abandonar. Ainda hoje me lembro que estávamos em não mais do que umas dez, ou quinze pessoas para nos despedir de você. Lembro me que quando toquei as suas mãos geladas, meu mundo caiu sobre a minha cabeça e o chão sumiu sob os meus pés... Minha tia Araci estava lá, ao meu lado e apertou as minhas mãos e me olhou com doçura. Sem me dizer uma única palavra, ela me transmitiu muitas coisas... Lembro-me do Tio João que também ficou lá comigo até os momentos finais... essas pessoas que estiveram comigo nos momentos mais difíceis sem querer nada em troca. Lembro-me que o Fabinho, a Rita e o Toninho chegaram no dia seguinte. Havia um ar de tristeza pairando, mas não pude deixar de reparar que o Toninho estava mais preocupado em rever os amigos em Cachoeirinha e Gravataí, do que respeitar o nosso luto. Acho que era a forma dele de fugir daquela realidade.
Alguns dias depois veio a conta dos serviços funerários. Quinhentos reais (no ano de 1996). Nessa hora não sei onde foram parar os filhos que você criou, mas agradeço a Deus por ter me dado condições de sepultá-la com dignidade. Agradeço a Ele também por eu estar no Brasil quando você se foi, pois se eu estivesse no Japão, acho que esse vazio dentro de mim seria bem maior.
Sua neta já está na faculdade e seu neto está um menino lindo e arteiro. Nas veias deles pulsa uma parte do seu sangue e que de certa forma me faz pensar que uma parte de você continua caminhando pelo mundo junto com eles.
As feridas e a dor se amenizam com o tempo, mas não se curam totalmente. Em dias como o Valentine's day, o dia das mães, o Natal e o Ano Novo, essa dor volta com mais força. Hoje é um dia em que eu precisava de um ombro para chorar... De um colo para recostar a minha cabeça e adormecer para esquecer dos problemas mesmo que momentaneamente...
A dor é imensa e intensa e a saudade é eterna. Gostaria muito de te dizer o quanto te amei, mas a sua educação nipônica não me dava espaço para isso, portanto, agora, mesmo tarde quero te dizer que te amei muito e tenho muito carinho pela sua lembrança.
Quero agradecer pelas lições de vida. Por você ter trabalhado tanto para me criar. Por todos os sacrifícios que você fez por mim e sei que do seu jeito você me amou talvez mais do que eu te amei. Hoje olhando para os meus filhos eu entendo tudo isso.
Obrigado mãezinha por tudo. Fique na companhia do Pai Maior.
Do seu filho que nunca te esquece,
Jun.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Um Valentine's day amargo
Foto: Banco de imagens do Google
Lembro-me que certa vez, quando criança, perguntei para minha mãe se eu poderia ajudar um colega na arrumação do quintal da casa onde ele morava. Minha mãe em sua sabedoria foi categórica: "Não sou contra você ajudar o seu amigo, mas você já arrumou o seu quarto?" Foi uma pequena pergunta que me trouxe uma grande lição: Antes de varrer a casa do vizinho, arrume a sua primeiro.
Olhando o Brasil aqui de fora, vejo tão distante o objetivo de atrair investimentos para o país... Parece que o governo quer "fazer festa com o chapéu alheio" e quem paga a conta é o povo... O Brasil tem tantas deficiências não resolvidas, tantas mazelas crônicas que a gente se questiona se era necessário mandar dinheiro para Cuba... A gente se questiona se existe a necessidade de gastar somas absurdamente altas de dinheiro na construção de estádios de futebol... Não sou brizolista, mas me lembro que o projeto do sambódromo do Rio não só foi concluído em um prazo curto, como também barateou o custo do carnaval e ainda serve de escola durante o ano letivo. E os estádios? Vão beneficiar quem? Por que ficam tão caros? Parece que a "presidenta" (que distorção ridícula da palavra) está mais preocupada em realizar a melhor copa do mundo de todos os tempos, do que ser a melhor presidente de todos os tempos... A que preço? O dinheiro desperdiçado nessas obras faraônicas faz falta na saúde, na educação, na segurança, no saneamento básico e no bem-estar social.
Hoje no Japão é dia 13 de Fevereiro. Amanhã é o Valentine's day. Uma espécie de dia dos namorados, quando as meninas dão chocolates para os rapazes nos quais estão interessadas, ou simplesmente para mostrar aos colegas a sua consideração, ou simpatia. O dia dos rapazes retribuírem a gentileza é no dia 14 de Março, chamado de White day.
Não sei porque, mas hoje as 5 horas da manhã acordei e não consegui mais dormir. Uma onda de lembranças ruins povoaram a minha mente e me deixaram irrequieto. Todo ano é assim. Quando se aproxima o Valentine's day, minha mente se enche de lembranças amargas. Incrível como as pessoas que menos cumprem suas obrigações são as que mais exigem seus direitos. São as que mais cobram dos outros.
Quando estive no Japão pela primeira vez, no início da década de 90, eu fazia das tripas coração para ajudar a minha família e ainda ter como sobreviver no Japão e economizar dinheiro para construir minha vida. Lembro-me que minha mãe ficou muito doente e eu tinha que mandar dinheiro para comprar remédios e custear tratamentos. Nos feriados eu avisava que não ia poder mandar dinheiro, pois o salário vinha mais baixo, mas no mês seguinte sempre enviava o dinheiro. Recebi uma carta desaforada do meu pseudo-irmão Toninho me dizendo coisas horríveis como: "pô cara, a mãe está muito doente... Vê se olha mais pela nossa mãe..." Ele nem imagina o sacrifício que eu fiz para ajudar todo mundo... Engoli aquelas palavras e me limitei a continuar lutando. Ele sempre me dizia: " a situação está difícil..."
Mandar cartas desaforadas cobrando atitudes dos outros parece que é bem a especialidade dele... Certa vez, ele mandou uma carta para minha avó dizendo desaforos do tipo: "ela (minha mãe) é sua filha... Vocês tem que nos ajudar... se a senhora não ajudá-la é porque não tem coração e nem merece ser chamada de mãe, pois uma verdadeira mãe não vira as costas para seus filhos..." Ele nem sabia dos problemas da minha avó... Ele nem sabia da situação das pessoas para julgá-las e cobrar-lhes alguma coisa... Minha avó passou muito mal por causa dessa maldita carta.
Quando voltei ao Brasil, meu pai me disse: "o Toninho ajuda um pouco em casa, dá os vales refeição para a gente, mas não abre mão de estar sempre bem arrumado. Vai para a balada e gosta de estar sempre perfumado...
Confesso que me decepcionei com o quadro... Será então que as cobranças por atitudes efetivas de ajudar a família só recaíam sobre mim???
Pouco antes de minha mãe falecer ela estava muito doente. Na época o Toninho era o único que podia ficar com meu pai para ajudar a cuidar dela. Pedimos-lhe para cuidar dela, ao menos por um tempo até que eu, ou outra pessoa pudesse ir ao Rio Grande do Sul ficar com ela...
" todo mundo foi fazer a vida... eu é que não vou ficar aqui cuidando dela..." Essa foi a resposta que escutei dele... No mês seguinte minha mãe faleceu. A pessoa que deu a notícia do falecimento para ele descreveu sua reação: "nossa, o moleque parece que enloqueceu..."
As palavras do Toninho, segundo essa pessoa foram: "minha mãe morreu... o que o meu pai vai dizer?"
O fato de minha mãe ter morrido não o preocupava tanto quanto o que meu pai pensava a respeito dele...
Hoje analiso tudo o que se passou e só consigo sentir tristeza e indignação.
Quando minha mãe era viva, eu trabalhava e economizava para fazer a minha vida e ajudar minha mãe. Saía e me divertia com moderação e não conseguia dormir em Paz sabendo que ela estava passando por dificuldades. Para mim, era inaceitável desperdiçar dinheiro se minha mãe não estivesse bem.
Quando o Toninho veio para o Japão, no começo chorava todos os dias por causa dos filhos... Não sei se era uma maneira de me manipular, pois ele sabia que eu tinha muita afeição pelos filhos dele. Passado um tempo, suas atitudes mudaram drasticamente. Passou a sair, ir para baladas da comunidade, tomava bebidas de luxo como vinhos importados e salames finos. Fazia altos passeios e postava as fotos no Facebook para quem quisesse ver...
Tudo isso seria absolutamente normal se os filhos dele não estivessem passando necessidade no Brasil.
Eu me enganei, quando achei que com a minha ajuda ele cuidaria dos filhos... Ele abandonou a própria mãe... Foi um erro achar que ele olharia pela filha que trouxemos do Brasil e que ele deixou ir embora.
Fazer pose de bom pai para todo mundo ver é fácil... Chorar lágrimas de crocodilo para impressionar as pessoas também... Cobrar os outros é mais fácil ainda... Difícil é fazer de tudo por esse tipo de pessoa e ainda ser traído por ela.
Hoje o Valentine' day para mim é só um dia que eu gostaria de excluir do meu calendário...
sábado, 8 de fevereiro de 2014
A voz do Brasil
Foto: Banco de imagens do Google
O título dessa postagem não faz alusão ao programa de rádio do governo que nos enfia goela abaixo todos os dias as 19 horas. Quando digo a voz do Brasil, me refiro a jornalista Rachel Sheherazade, essa mulher que surgiu na mídia brasileira com seu posicionamento firme e suas opiniões polêmicas. Aliás, as coisas que ela diz são polêmicas porque incomodam as pessoas que defendem os bandidos e a classe marginal. Foi-se o tempo em que as pessoas davam importância para os valores morais como honestidade e ética. Os valores estão tão distorcidos que hoje em dia o ladrão é a vítima e a sociedade está no banco dos réus. Isso quando não somos reféns dos muros e grades que cercam nossas casas. Fazia tempo que não aparecia alguém como ela, com coragem para desnudar as mazelas do país e do sistema, sem ressalvas e nem papa na língua. Ainda me lembro do Deputado Afanásio Jazadji, que tinha um programa de rádio e colocava a boca no trombone.
Infelizmente, num país não tão sério como o Brasil, ainda é inviável a instituição da Pena capital, pois a corrupção ainda faz com que a nossa justiça seja tendenciosa e parcial. Há muitas lacunas nas nossas leis e bandidos safados e advogados inescrupulosos se fartam com essas deficiências. A lei no Brasil existe, mas o problema é que ela não é cumprida. Um criminoso muitas vezes vai preso e se for menor de idade em seguida será solto. Estará rindo de nossas caras, e zombando do sistema. Há uma necessidade urgente em reformar o sistema no sentido de se acabar com a impunidade.
Estão dizendo nas redes sociais que as opiniões estão "bem divididas". Bem divididas o escambal (desculpem o termo). Se vocês acessarem os artigos em relação aos comentários da jornalista, há uma esmagadora diferença entre quem aprova e quem é contra. Isso dá margem para pensar naquela teoria (verdadeira) sobre quem apóia bandido é bandido também. Aliás, só quem tem parente na penitenciária, amigos vida louca, ou faz parte dessa inversão de valores é que se posiciona contra a jornalista. Estão chamando-a de hipócrita. Desculpem-me os mais inflamados, mas hipocrisia é ter amigo e parente bandido e ficar aí fazendo pose de ativista do direitos humanos.
Quem acompanha os artigos na internet constata que a maioria esmagadora simpatiza com as ideias da jornalista em questão, por isso digo que ela é a nossa porta voz. Ela é a voz do Brasil, pois tem a coragem de falar o que todos nós gostaríamos de dizer com um alcance em nível mundial. Não estou fazendo apologia à violência, mas trazendo o assunto para a pauta de discussões. A exemplo do Deputado Afanásio Jazadji, se ela se candidatar, com certeza será eleita. Já tem muitas pessoas cansadas de tanta violência e de tanta burocracia no sistema que estão dizendo: Rachel me representa! Pois eu e muitos outros mais dizemos o mesmo. Já passa da hora de alguém sério e engajado nas questões sociais aparecer e fazer a diferença. Uma posição ousada como a dela pode gerar dois resultados:
Alguém pode querer fazer uma queima de arquivo, pois ela está incomodando interesses escusos, ou ela poderá se tornar uma das mulheres mais influentes do nosso país (bem diferente das dilmas e roseanes que vemos por aí).
Para quem quiser ver, ou refrescar a memória segue o link do vídeo que causou polêmica nas semanas anteriores:
http://www.youtube.com/watch?v=-WKU7w6OsJo
Para aqueles que ainda não se inteiraram dos artigos, assistam a esse e aos outros vídeos da jornalista e façam suas próprias conclusões.
Ela já cometeu alguns erros, mas acredito que existe um grande mérito quando erramos buscando acertar.
RACHEL ME REPRESENTA!!!
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
A subjetividade do tempo...
Foto: Banco de imagens do Google
O tempo se mostra de diversas maneiras. É tão subjetivo que o vemos como aliado em alguns momentos e como algoz em outros. Aos 35 minutos do segundo tempo, se o nosso time está ganhando, os 10 minutos restantes parecem se arrastar, mas se o nosso time estiver perdendo, o tempo passa como um raio! Até os 20 anos o tempo demora a passar, dando-nos a impressão de que temos todo o tempo do mundo. Acho que é assim com todos nós. Talvez porque nessa faixa etária nós sejamos acelerados em todos os sentidos. Depois dos 20 anos começa a aumentar a carga de responsabilidades que pesa sobre os nossos ombros e então começamos a ver que o tempo começa a tornar-se escasso. Daí em diante o tempo passa a correr mais rápido e quando nos damos conta, estamos na casa dos 30, 40, 50 anos... Percebemos que a vida passou como um raio e que muitas oportunidades escaparam pelo meio dos nossos dedos. Alguém já se questionou qual o sentido da vida? Em termos bem simples, a vida só faz sentido se viermos para esse mundo para sermos felizes e propagar a Felicidade para os que nos cercam. A vida é um aprendizado constante e uma luta constante também... Quando nascemos, somos encaixados em uma família. Aos nossos pais cabe a tarefa nos dar Educação e formação, os meios para que possamos sobreviver no mundo com as nossas próprias forças. O lado ruim desse processo, no entanto, é o fato de que nem todos tem pais maravilhosos que provêm Educação e formação aos seus filhos. O indivíduo nasce e cresce numa luta constante que começa desde cedo. Dizem que dinheiro não traz Felicidade... Realmente, mas sem ele, dificilmente alguém conseguiria ter uma vida, digamos, no mínimo digna. Para que possamos sobreviver e sermos felizes e proporcionar Felicidade aos que nos rodeiam é necessário que se tenha dinheiro. Isso é uma verdade irrefutável... Não se compra a Felicidade. Não se faz pessoas felizes com dinheiro, mas pode-se construir uma vida digna e feliz com ele. Nas palavras a diferença pode ser sutil, mas na prática a diferença é brutal. Como faremos então para ter dinheiro? Gastando nosso tempo e nossas vidas trabalhando!!! Não dá para ser feliz sem condições de proporcionar uma vida digna para nossos filhos... Não dá para ser feliz com um monte de contas para pagar... Por outro lado, também não dá para ser feliz se não tivermos tempo para nos dedicar as coisas que nos dão prazer. Existe uma balança cruel que rege a vida da maioria das pessoas: Tempo X Dinheiro, ou seja, quando você tem um, muitas vezes não tem o outro. Para que se possa, no decorrer da vida, encontrar a Felicidade é necessário que desde cedo tenhamos orientação de pessoas mais experientes com relação a fazer o equilíbrio da balança. Infelizmente quem nasce desfavorecido (incluo-me nesse grupo) vai gastar um bom bocado da vida correndo atrás de dinheiro.
Felizes aqueles que tem pais conscientes que incentivam-nos a estudar e buscar uma formação. Felizes aqueles que receberam Educação e firmaram valores tão esquecidos na sociedade atual. Felizes aqueles que se formaram cedo e conseguiram bons salários, pois podem viver felizes com suas famílias, proporcionar Educação e Cultura para seus filhos e concomitantemente serem felizes também... E finalmente, felizes aqueles que se aposentaram na casa dos 40, 50 anos com salários dignos e que ainda tem saúde para desfrutar o que lhes resta de vida. As pessoas sempre falam da importância de estudar, mas além da aquisição de conhecimento e Cultura, devia-se discutir mais sobre a vida em sociedade, o futuro das pessoas e a conquista da Felicidade, fazendo assim do Tempo um mestre e aliado.
Por fim, quando o Tempo nos for tirado, a maior satisfação seria a certeza de que gastamos o nosso tempo sendo felizes.
domingo, 26 de janeiro de 2014
Saudades do Brasil
Foto: Google imagens
Dia desses eu estava ouvindo a Zip FM, rádio aqui de Nagoya (77.8 Fm) e eles abordaram o problema das pichações no Brasil. Um problema que deixa a cidade feia e que parece não ter solução. Com a proximidade da Copa e das Olimpíadas, a preocupação é maquiar as nossas mazelas para os olhares estrangeiros. Igualzinho as prefeituras do litoral fazem para disfarçar a presença de esgoto na praia. Tornar a cidade ao menos, menos feia. "Não adianta pintar, pois os pichadores voltam e vandalizam tudo de novo" foi o que ouvi do radialista Kobayashi Takuichiro. Segundo ele, uma solução viável seria um programa de incentivo aos grafiteiros, pois observou-se que as áreas grafitadas são menos atacadas por pichadores.
Preciso fazer duas pequenas ressalvas nesse ponto:
1-Na verdade a urgência de mudança que se faz necessária é na EDUCAÇÃO das pessoas. Depredar, vandalizar e causar prejuízo em propriedade alheia é crime!!!
2-Nem todo grafite é arte... Desculpem-me os defensores do trabalho dos grafiteiros, mas eu só aprecio o trabalho dos verdadeiros artistas do grafite. Para mim, muitos jovens não passam de pichadores que pintam coisas tão horrorosas quanto os que atuam na calada da noite.
A exemplo do grafite aí da foto e uns que tive a oportunidade de conhecer de um lugar chamado "Beco do Batman", enchem os nossos olhos e nos transmitem verdadeiras mensagens de cunho social e artístico. Evidentemente que nem todos os grafites são bonitos, mas a intenção é boa, afinal é preferível ver desenhos bem trabalhados do que letras disformes emporcalhando nossas paredes.
Apesar de o governo estar desperdiçando nosso dinheiro com obras faraônicas e , acho que deve ter um monte de gente metendo a mão, pois as notícias que nos chegam só falam de escândalos, fraudes e corrupção, ainda acho que se o saldo da Copa for negativo para o país, ao menos teremos crescido de alguma forma, seja culturalmente, seja chamando a atenção dos olhos do mundo para o nosso país...
Uma coisa que me preocupa bastante é a questão da segurança. Nós brasileiros sabemos que o Brasil é um país extremamente perigoso. Nossos visitantes estarão tranquilos? Muitos de nós, que convivemos com a violência todos os dias somos vítimas desse tipo de abuso, o que podemos falar de estrangeiros que não falam Português e que desconhecem a face perigosa das nossas ruas?
Aqui no Japão, uns poucos membros da comunidade brasileira andaram aparecendo nos noticiários, nos boletins policiais e na mídia japonesa. A revista Alternativa, editada em Português para a comunidade brasileira no Japão também veiculou algumas matérias que se espalharam pelo Facebook. Fico muito triste com essas notícias, pois sei que a maioria das pessoas que vem para cá são pessoas sérias e honestas, mas essas notícias arranham cada vez mais a nossa credibilidade por aqui.
Apesar de todos os problemas, eu ando com uma saudade imensa do Brasil. Estou precisando mudar de ares e espantar a depressão que anda me rondando de noite e de madrugada... Espero poder voltar o mais breve possível.
Dia desses eu estava ouvindo a Zip FM, rádio aqui de Nagoya (77.8 Fm) e eles abordaram o problema das pichações no Brasil. Um problema que deixa a cidade feia e que parece não ter solução. Com a proximidade da Copa e das Olimpíadas, a preocupação é maquiar as nossas mazelas para os olhares estrangeiros. Igualzinho as prefeituras do litoral fazem para disfarçar a presença de esgoto na praia. Tornar a cidade ao menos, menos feia. "Não adianta pintar, pois os pichadores voltam e vandalizam tudo de novo" foi o que ouvi do radialista Kobayashi Takuichiro. Segundo ele, uma solução viável seria um programa de incentivo aos grafiteiros, pois observou-se que as áreas grafitadas são menos atacadas por pichadores.
Preciso fazer duas pequenas ressalvas nesse ponto:
1-Na verdade a urgência de mudança que se faz necessária é na EDUCAÇÃO das pessoas. Depredar, vandalizar e causar prejuízo em propriedade alheia é crime!!!
2-Nem todo grafite é arte... Desculpem-me os defensores do trabalho dos grafiteiros, mas eu só aprecio o trabalho dos verdadeiros artistas do grafite. Para mim, muitos jovens não passam de pichadores que pintam coisas tão horrorosas quanto os que atuam na calada da noite.
A exemplo do grafite aí da foto e uns que tive a oportunidade de conhecer de um lugar chamado "Beco do Batman", enchem os nossos olhos e nos transmitem verdadeiras mensagens de cunho social e artístico. Evidentemente que nem todos os grafites são bonitos, mas a intenção é boa, afinal é preferível ver desenhos bem trabalhados do que letras disformes emporcalhando nossas paredes.
Apesar de o governo estar desperdiçando nosso dinheiro com obras faraônicas e , acho que deve ter um monte de gente metendo a mão, pois as notícias que nos chegam só falam de escândalos, fraudes e corrupção, ainda acho que se o saldo da Copa for negativo para o país, ao menos teremos crescido de alguma forma, seja culturalmente, seja chamando a atenção dos olhos do mundo para o nosso país...
Uma coisa que me preocupa bastante é a questão da segurança. Nós brasileiros sabemos que o Brasil é um país extremamente perigoso. Nossos visitantes estarão tranquilos? Muitos de nós, que convivemos com a violência todos os dias somos vítimas desse tipo de abuso, o que podemos falar de estrangeiros que não falam Português e que desconhecem a face perigosa das nossas ruas?
Aqui no Japão, uns poucos membros da comunidade brasileira andaram aparecendo nos noticiários, nos boletins policiais e na mídia japonesa. A revista Alternativa, editada em Português para a comunidade brasileira no Japão também veiculou algumas matérias que se espalharam pelo Facebook. Fico muito triste com essas notícias, pois sei que a maioria das pessoas que vem para cá são pessoas sérias e honestas, mas essas notícias arranham cada vez mais a nossa credibilidade por aqui.
Apesar de todos os problemas, eu ando com uma saudade imensa do Brasil. Estou precisando mudar de ares e espantar a depressão que anda me rondando de noite e de madrugada... Espero poder voltar o mais breve possível.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Ano Novo: novos projetos, novo destino...
Foto: Banco de imagens do Google
Já faz um tempo que estou passando por alguns problemas de ordem pessoal, mas tenho aguentado como posso. Ultimamente tenho sentido um aperto forte no peito e na garganta. Uma sensação sufocante e que me angustia muito. Uma tristeza inexplicável, as vezes uma vontade forte de chorar sem motivo aparente... As vezes, só queria poder contar com um ombro para poder recostar a minha cabeça e chorar sem ressalvas, sem vergonha, ou culpa... Sinto que estou morrendo dia após dia, gastando a minha vida numa luta que para mim já não faz mais sentido... Analisando friamente, eu mesmo tenho consciência de que estou apresentando sintomas de depressão. Na verdade, do começo de Agosto para cá, parece que perdi o pouco de entusiasmo que me restava com relação a vida. Perdi muita coisa nesse tempo... O entusiasmo, a alegria... Coisas que eu já tinha em pouca quantidade, mas que ainda tinha... Graças a Deus, ao menos a Esperança ainda insiste em ficar no meu peito. Sei que tenho potencial para dar a volta por cima e reconstruir a minha vida. Não é a primeira vez que me vejo nessa situação. Pois bem... Mentalmente já estou me preparando para fechar mais um capítulo e virar mais uma página da minha vida. Só quero ir embora do Japão de cabeça erguida. Devo muita coisa a este país que é a minha segunda pátria. Só não me sinto mais feliz aqui. Aliás, a sina de toda pessoa que vive algum tempo no Japão é não se sentir feliz de maneira plena nem aqui nem no Brasil. No Brasil temos os problemas de transporte precário, muita violência, muita sujeira na rua e muito vandalismo... Apesar de tudo, ainda tenho Esperança de que com as mudanças que estão ocorrendo, a corrupção e os problemas sociais que parecem crônicos, vão se amenizar de alguma forma. Assim como a minha filosofia de vida sempre foi fazer o Bem e na medida do meu possível ajudar as pessoas, continuarei tentando ser uma pessoa útil onde quer que eu vá. No momento, preciso fazer algumas coisas por aqui como terminar a faculdade, o estágio e deixar as coisas organizadas.
No momento só tenho sonhado com um pouco de Paz e tranquilidade... Acho que diante de tantas coisas que já pedi para Deus, essas coisas talvez não sejam tão difíceis, mas no momento são artigo de luxo para mim...
Quero um dia voltar a sorrir... Não esse sorriso artificial que estampa o meu rosto, mas aquele sorriso espontâneo que um dia eu tive... Quero recuperar ao menos uma parte daquela velha Alegria que eu sentia. Tenho saudades daquele Denis que ainda acreditava que as pessoas eram boas e que sentia que as coisas poderiam ser melhores... Passei uma infância difícil em muitos sentidos, mas me lembro que em alguma parte da minha vida eu tinha facilidade de sorrir e de me encantar com as coisas simples da vida. No primeiro semestre deste ano quero voltar ao Brasil de vez, para tentar resgatar um Denis que talvez não exista mais.
O Kanji aí em cima significa retornar e expressa bem o que sinto agora.
Já faz um tempo que estou passando por alguns problemas de ordem pessoal, mas tenho aguentado como posso. Ultimamente tenho sentido um aperto forte no peito e na garganta. Uma sensação sufocante e que me angustia muito. Uma tristeza inexplicável, as vezes uma vontade forte de chorar sem motivo aparente... As vezes, só queria poder contar com um ombro para poder recostar a minha cabeça e chorar sem ressalvas, sem vergonha, ou culpa... Sinto que estou morrendo dia após dia, gastando a minha vida numa luta que para mim já não faz mais sentido... Analisando friamente, eu mesmo tenho consciência de que estou apresentando sintomas de depressão. Na verdade, do começo de Agosto para cá, parece que perdi o pouco de entusiasmo que me restava com relação a vida. Perdi muita coisa nesse tempo... O entusiasmo, a alegria... Coisas que eu já tinha em pouca quantidade, mas que ainda tinha... Graças a Deus, ao menos a Esperança ainda insiste em ficar no meu peito. Sei que tenho potencial para dar a volta por cima e reconstruir a minha vida. Não é a primeira vez que me vejo nessa situação. Pois bem... Mentalmente já estou me preparando para fechar mais um capítulo e virar mais uma página da minha vida. Só quero ir embora do Japão de cabeça erguida. Devo muita coisa a este país que é a minha segunda pátria. Só não me sinto mais feliz aqui. Aliás, a sina de toda pessoa que vive algum tempo no Japão é não se sentir feliz de maneira plena nem aqui nem no Brasil. No Brasil temos os problemas de transporte precário, muita violência, muita sujeira na rua e muito vandalismo... Apesar de tudo, ainda tenho Esperança de que com as mudanças que estão ocorrendo, a corrupção e os problemas sociais que parecem crônicos, vão se amenizar de alguma forma. Assim como a minha filosofia de vida sempre foi fazer o Bem e na medida do meu possível ajudar as pessoas, continuarei tentando ser uma pessoa útil onde quer que eu vá. No momento, preciso fazer algumas coisas por aqui como terminar a faculdade, o estágio e deixar as coisas organizadas.
No momento só tenho sonhado com um pouco de Paz e tranquilidade... Acho que diante de tantas coisas que já pedi para Deus, essas coisas talvez não sejam tão difíceis, mas no momento são artigo de luxo para mim...
Quero um dia voltar a sorrir... Não esse sorriso artificial que estampa o meu rosto, mas aquele sorriso espontâneo que um dia eu tive... Quero recuperar ao menos uma parte daquela velha Alegria que eu sentia. Tenho saudades daquele Denis que ainda acreditava que as pessoas eram boas e que sentia que as coisas poderiam ser melhores... Passei uma infância difícil em muitos sentidos, mas me lembro que em alguma parte da minha vida eu tinha facilidade de sorrir e de me encantar com as coisas simples da vida. No primeiro semestre deste ano quero voltar ao Brasil de vez, para tentar resgatar um Denis que talvez não exista mais.
O Kanji aí em cima significa retornar e expressa bem o que sinto agora.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
A parábola do caracol
Foto: Banco de imagens do Google
Nesta parábola há duas grandes lições que eu gostaria de compartilhar:
Havia um pé de cerejeira muito alto e um grupo de caracóis decidiu subir para comer cerejas. Alguns animais que assistiam a reunião dos caracóis disseram-lhes que ainda não era tempo de cerejas.
Um dos caracóis respondeu: "Quando chegarmos lá em cima será tempo de cerejas..."
Lição número 1: Quando há um projeto, por mais ambicioso que seja, ele deve ser planejado e, se realmente queremos viabilizá-lo, buscaremos os argumentos que darão respaldo à sua execução e não obstáculos que nos desestimularão da tarefa.
Pois bem, os caracóis iniciaram a jornada rumo ao alto do pé de cerejas. A certa altura um pássaro disse que aquela tarefa era desperdício de tempo e energia. Eles poderiam gastar a vida fazendo algo mais fácil...
Depois dessa argumentação alguns caracóis desistiram e ficaram pelo caminho...
Os outros continuaram a jornada. Depois de sacrificantes escaladas, a certa altura, um outro pássaro pousou em um galho e disse: "Nossa, vocês ainda estão aí? Vocês são corajosos hein!!! Boa sorte, pois vocês vão precisar..."
Alguns caracóis que estavam cansados desanimaram e ficaram pelo caminho...
Algumas semanas depois de subir muito, um gato que estava num galho disse: "Coitados... Tanto sacrifício para talvez tudo dar em nada..."
Alguns caracóis já exaustos desanimaram com o comentário e ficaram pelo caminho...
Os poucos caracóis que sobraram continuaram a subir bravamente...
Já no meio do caminho, depois de alguns meses, um macaco que assistia a tudo aproximou-se e disse: "Desistam, nenhum caracol jamais conseguiu subir até o alto..."
Depois desse comentário os caracóis remanescentes desistiram, menos um, que continuava a subir obstinadamente...
O último e mais determinado caracol continuou a subir e subir... Vários animais passavam e faziam comentários para desestimulá-lo de sua missão.
"Desista... Não vai dar certo... Você não vai conseguir... Você está fazendo errado..."
E ele, o caracol continuava a subir...
Na época de cerejas o caracol chegou lá em cima, onde pôde desfrutar das deliciosas cerejas. Muitos animais aplaudiram... "Eu sabia que ele ia conseguir..." Alguns disseram. Muitos fizeram comentários elogiosos, mas cheios de falsidade... Em dado momento, os animais perceberam que o caracol nem dava bola para o que eles diziam e então resolveram abordá-lo mais de perto... O caracol gentilmente olhou para os outros animais e disse: "Hã? Vocês estão falando comigo? Desculpe, vou tirar os tampões que coloquei no ouvido para poder escutá-los!!!
Lição número 2: Quando você quer fazer alguma coisa, vai aparecer muito "pássaro, gato e macaco" para falar bobagens, mas se você escutá-los, talvez não consiga cumprir sua tarefa.
Desde sempre, muitas pessoas tentaram me desestimular dos meus projetos. Muitas vezes planejei e refiz meus planos várias e várias vezes. Muitas vezes tive que me fazer de surdo, ou desentendido para que comentários maldosos, ou invejosos não me atrapalhassem...
Frases do tipo:
"Você não tem capacidade... Você não vai conseguir... Você é burro... Acho melhor você nem tentar... Você não tem jeito para a coisa... Desista..." e tantas outras mais...
Se você acredita no seu projeto e em si mesmo, o melhor que tem a fazer é driblar os invejosos e se fingir de surdo.
Um Feliz 2014 para você!!!
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