sábado, 19 de dezembro de 2009

Brasileiros no Japão

(Minha amiga Dani)

A primeira vez que desembarquei no Japão foi em Março de 1991. Trouxe uma única mala com minhas roupas. Juntamente com a bagagem trazia muitos sonhos, uma vontade imensa de trabalhar e ganhar dinheiro, além da responsabilidade de ajudar minha mãe e irmãos que ficaram para trás no Brasil em situação econômica difícil. Com o passar do tempo, percebi que tinha outra responsabilidade: Mostrar ao povo japonês quem somos nós, os brasileiros... Apesar de ser descendente direto de japoneses, tenho orgulho de ser brasileiro. Nunca quis me passar por japonês, como fazem alguns dos meus compatriotas, além de não ter vergonha de ser brasileiro, como alguns que a gente vê por aí... Diferença de cultura há, mas nada que não possa ser contornado. Como dizia o Chacrinha, ¨quem não se comunica, se estrumbica¨... Assim, para sanar qualquer mal-entendido, há de se conversar e colocar os pingos no is.
Quando eu tinha quatro anos, meus pais se separaram e minha mãe se casou de novo. Depois disso, nunca mais vi o meu pai... Fiquei sabendo muito tempo depois, que meu pai havia falecido quando eu tinha nove anos... Uma pena. Minha mãe me ensinou a chamar meu padrasto de pai e assim continuamos a vida. Se tenho reclamações a fazer do meu padrasto? Tenho. Como provavelmente teria do meu pai também. Quero crer que meu padrasto fez o seu melhor dentro de suas possibilidades. Algumas das coisas boas que aprendi com ele foram: Manter-me longe dos vícios e das más companhias. Evitar confusão. NUNCA mexer no que não me pertence. Valorizar as amizades verdadeiras. Tratar todas as pessoas de maneira educada sem distingui-las. Buscar ser um exemplo para a sociedade, pois boa reputação também é patrimônio.
Talvez ele nem fizesse tudo que falava...Talvez ele agisse de forma diferente longe dos nossos olhos, mas ao meu ver ele nos ensinou as coisas certas. Acho que a grande maioria das famílias brasileiras educam seus filhos sobre esses pilares.
Quando saí de casa, aos vinte anos, trouxe a minha educação comigo na bagagem.
Nos países de primeiro mundo, a mídia criou uma imagem estereotipada do Brasil, onde somos vistos como pessoas mal-educadas, com capacidade intelectual inferior... O Brasil é visto como um imenso país onde existem duas grandes cidades: São Paulo e Rio de Janeiro. O resto, ou é favela, ou é selva... Absurdo!!! Os brasileiros só pensam em carnaval, samba e futebol... Que bobagem... Não tenho condições de levar os japoneses para conhecer o Brasil, suas maravilhas e sua estrutura... Levá-los para conhecer São Paulo, o Metrô, a estação Rodoviária do Tietê, o Aeroporto de Guarulhos, o Hospital das Clínicas, o Masp, os teatros, os shoppings, as livrarias, os cinemas, as praias, as cataratas de Foz, os pampas, as tradições do sul e a hospitalidade do norte e uma infinidade de outras coisas mais que fazem do Brasil um lugar como nenhum outro...
O que posso fazer? Posso mostrar quem é o brasileiro através das minhas atitudes dentro da sociedade. Em todos os povos encontram-se as pessoas que fazem as coisas certas e aquelas que se tornam os maus exemplos...Com os brasileiros não é diferente...Só faço questão de frisar que os maus exemplos fazem parte de uma minoria. As vezes fico indignado, mas fazer o que? Essa minoria realmente incomoda não só os nativos, mas também os conterrâneos.
  • Tem um pessoal que não separa o lixo e deixa tudo de qualquer jeito...(coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses);
  • Tem um pessoal que estaciona em cima da faixa de pedestres (coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses);
  • Tem um pessoal que pega revistas nas lojas brasileiras, lê e depois joga em qualquer lugar (coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses);
  • Tem um pessoal que abandona carros na rua, ou no estacionamento do aeroporto(coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses);
  • Tem um pessoal que fica conversando alto, gargalhando e fazendo farra altas horas da madrugada (coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses);
  • Tem um pessoal que faz mudança e abandona os móveis velhos na porta do prédio (coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses);
  • Tem um pessoal que pega seu lixo doméstico reciclável e despacha nas lojas de conveniência (coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses);
  • Tem um pessoal que joga bitucas de cigarro, latas de refrigerante e lixo pela janela do carro (coisa de brasileiro, vão dizer alguns japoneses).

Não tenho vergonha de ser brasileiro, mas dessas atitudes de ALGUNS brasileiros. Acho que é missão de cada um de nós brasileiros mostrar que somos também um povo civilizado, afinal de contas o cartão de visita do nosso país é a nossa gente!!!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Visita ao Museu Ninja de Iga


Atividade: Visita Técnica
Local: 伊賀流忍者博物館 (Iga-ryu Ninja hakubutsukan) Museu Ninja do Clã Iga
Data: 17 de Dezembro de 2009
Situada na província de Mie, a cidade de Iga é berço de um dos clãs Ninja mais temidos, o clã Iga. O Museu do Ninja é composto de várias peças de época que são expostas ao público. Também há a casa do Ninja, que é uma construção de época, onde um guia mostra como era a casa de um Ninja, com suas várias passagens secretas, escadas camufladas e armas escondidas.
Ao percorrer o Museu do Ninja, dá-se uma volta no tempo e nos deparamos com vários apetrechos que só vemos no cinema. Autênticos ganchos com cordas e correntes, espadas, roupas usadas em missões e disfarces.
Na antiguidade, onde a maioria das pessoas não tinham acesso ao conhecimento, os guerreiros das sombras sabiam muito sobre astronomia, química, física, ilusionismo, etc. Nesse contexto, os Ninjas eram considerados homens mágicos, que podiam desaparecer diante dos olhos. O Ninja tinha conhecimento dos quatro elementos (água, fogo, ar e terra) e sabia como usá-los a seu favor. Ele tinha que estar em sintonia com a natureza. Tornaram-se respeitados guerreiros e foram usados como mercenários em tempos de guerra. O Ninja não era usado para batalhas, mas para trabalhar como espião, sabotador e assassino. Extremamente calculista, era preparado para entrar e sair de casas e castelos. Usava apetrechos, que rústicos para a época, eram eficientes em suas mãos. Usava a escuridão como aliado e se caso fosse flagrado em ação, usava diversas armas para possibilitar sua fuga, como estrelas de ferro, bombas de fumaça, garras para escalar paredes entre outros artifícios. No Japão feudal havia um ditado: ¨Se quiser ganhar uma batalha, contrate um exército, mas se quiser ganhar uma guerra, contrate um Ninja¨. Muitas vezes, antes de uma batalha, o trabalho de um Ninja era decisivo, pois podia infiltrar-se no campo inimigo, sabotar suas armas, envenenar e matar dezenas de soldados e enfraquecer um exército antes do conflito.
O museu não traz ao visitante aquele frenesi causado pelos filmes do gênero, mas nos desvenda um pouco sobre esses obscuros guerreiros. Eram os 007 da antiguidade. Sua arte ainda é um mistério para a grande maioria das pessoas, mas nos mostra que o ser humano pode desenvolver formidáveis formas de combate e espionagem a partir de instrumentos rústicos. O conhecimento também era outro diferencial para esses guerreiros. No quesito diversão, o Museu do Ninja é meio sem-graça, mas culturalmente é válido devido ao seu aspecto histórico.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Amizade Verdadeira

Na vida, a gente aprende a valorizar as amizades desde pequenos. Nossos pais nos ensinam que devemos preservar os bons amigos e nos afastarmos das más companhias. Pois bem... Assim fazemos e na medida do possível, vamos cultivando boas amizades. Tem aqueles colegas de trabalho, ou de escola, que você convive porque é obrigado a compartilhar o mesmo ambiente. Alguns desses se tornam grandes amigos, outros, somente uma vaga lembrança. Muitos amigos ficam enterrados no passado e talvez você nunca mais os encontre e, se acaso encontrar, talvez não o reconheça. O Orkut e outras redes sociais trazem diversos problemas para quem não sabe usá-los, mas também estreita os laços com pessoas que tem afinidade. Muitas das pessoas que estavam no meu passado, agora se correspondem comigo, graças ao Orkut.
No decorrer da minha vida tive uma infinidade de colegas, poucos amigos e pouquíssimos Amigos Verdadeiros. Na minha vida escolar, tive uns poucos amigos que me apoiaram e me aceitaram como eu era. Não tinham nenhum interesse sequer, além de pura amizade. Esses primeiros amigos me ajudaram a compreender a vida. São meus verdadeiros amigos! Com alguns já não tenho mais contato, mas guardo-os dentro do meu coração. Com o passar do tempo a gente trabalha, faz cursos e se mete e, diversos meios. Daí saem muitos colegas e alguns amigos. Algumas vezes a gente classifica um colega como amigo e se decepciona com ele. outras vezes, a gente classifica uma pessoa apenas como colega e no momento mais crítico descobre que ela realmente é um Verdadeiro Amigo!!! Até hoje, tenho alguns amigos, que ainda considero como amigos, que viraram a cara para mim, mas que mesmo assim, tenho um forte sentimento de afeição. Na verdade, quando uma pessoa vira a cara para mim, eu não vou mais atrás, pois levar patada de pessoas que a gente estima dói mais. Mesmo assim, o sentimento de amizade continua de pé, para quando (se acaso acontecer) a pessoa quiser reatar o laço que foi rompido por ela mesma. Acho que o erro é humano, mas muitas vezes, somos injustiçados pelo rigor de um julgamento, ou uma suposição vinda de um amigo...Isso acontece dentro das melhores amizades. Acredito que, salvo os casos imperdoáveis, as verdadeiras amizades de alguma forma se reatam e, se por um motivo que não está classificado como imperdoável, uma amizade se desfizer, é porque não era uma amizade verdadeira e a pessoa que se dizia seu ¨amigo¨não teve maturidade suficiente para compreender. Muitas vezes o dito amigo destrói uma amizade por um fato isolado sem analisar o contexo em que o fato está inserido. Antes de virar a cara para um amigo veja se você deu chance para ele se explicar. Não veja somente o fato que azedou a amizade de vocês, mas os porquês da questão em si.
Para os meus colegas, o meu companheirsmo. Para os meus amigos a minha amizade. Para os meus verdadeiros amigos aqueles que estão perto e aqueles que estão distantes, a minha amizade e a minha devoção estarão sempre aqui... Amizade de verdade é assim, como uma corrente, que sofre com a ação do tempo, mas que seus elos forjados nunca se rompem!!!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nós e a fome do mundo


As cenas das fotos acima foram publicadas nesta semana no site de Globo. Parece que a ¨guerra¨de tortas já está virando hábito, ou seja, não é a primeira vez que isso acontece em cadeia nacional, ao vivo no palco do programa Mais Você. As cenas em vídeo são mais deprimentes (veja no site, ou no youtube). Talvez, muitas pessoas não vão entender a minha indignação, mas se olharmos para muitos lugares desse mundo, inclusive o Brasil... Não! Não é necessário ir muito longe, mas acho que perto da sua casa deve haver miséria...Eu disse miséria e não pobreza!!! O fato que agrava ainda mais essa atitude é que as protagonistas de tamanha afronta para com a fome alheia são pessoas conhecidas do grande público: Ana Maria Braga e Xuxa. São ícones da nossa sociedade e do nosso país... As nossas crianças se espelham nessas pessoas que tratam a comida com tamanho descaso. Nota-se uma grande contradição: Num primeiro momento a receita de um determinado bolo se desenrola de maneira esmerada e artesanal, para depois virar ¨munição¨na chuva de bolos que se sucedeu. Depois do acontecido, Ana Maria Braga, pelo que parece, recebeu várias críticas que foram rebatidas no ar com justificativas do tipo: ¨O motivo é ser feliz... Ter o direito de ser criança é uma das coisas que a gente tem que preservar na vida...Quem nunca teve a coragem de fazer isso não é gente...¨ Pois eu digo que existem várias formas de voltar a ser criança sem desperdiçar o que a Natureza produziu para nós!!! Lembrando do post anterior, penso que neste Natal, assim como no resto do ano, muitas crianças não terão o que comer... O que podemos fazer para ajudar essas pessoas carentes? Talvez de concreto nada, mas se não desperdiçarmos o alimento, se não por economia, pelo menos por respeito a condição dos miseráveis seria um bom começo!!! Em todos os lugares do mundo existe essa papagaiada de brincar com alimentos: Campeonatos de quem come mais determinado tipo de comida, guerra de tomates, tortas e bolos arremessados ao melhor estilo pastelão e por aí vai... Imagina se toda essa comida pudesse ser direcionada para as populações carentes... Nem todo assalto tem origem na fome, mas muitos dos problemas sociais são gerados por ela. Não há necessidade de mesquinharia, mas há de se pensar com um pouco de bom-senso. Se você tem comida na mesa, agradece a Deus e lute para nunca faltar. É melhor ter para oferecer, do que precisar pedir. Quando enfim, eu tiver que ajustar contas com Ele, pelo menos vou poder dizer que não pude fazer muita coisa para aliviar a fome do mundo, mas que ao menos usufrui do suficiente para viver...Poderei dizer que respeitei a dor e a dificuldade dos menos favorecidos e não destrui desnecessariamente os recursos da terra.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Papai Noel

Bem... Sei que não é muito criativo, que tem muito tópico parecido por aí, mas tenho um certo ressentimento com esse tal de Papai Noel... A gente, no decorrer da vida, se decepciona com tanta coisa, mas o Papai Noel foi a minha maior decepção. Assim como a igreja católica apostólica romana, que a gente desde criança é educado a respeitar, com o passar do tempo, as reflexões históricas nos levam a tirar as próprias conclusões. Fui levado ao ceticismo e por vezes, tenho receio de ter perdido a Fé... De uma coisa eu tenho certeza... Perdi a Fé na Igreja, perdi a Fé em parte dos homens, mas JAMAIS perdi a Fé em DEUS!!! Quanto ao Papai Noel, bem... Levando o assunto para análise, juntamente com a história da minha vida e a de outras tantas pessoas, vejo que se trata de uma fantasia que, se por um lado é bonita e desperta alegria e entusiasmo nas crianças, por outro é a mais dura e terrível realidade do capitalismo consumista que premia uma parte das crianças com lindos presentes e deixa outras tantas no porão escuro das vontades que ficam presas em seu íntimo. O garoto excluído e marginalizado, as vezes ganha umas míseras balas ou pirulitos do ¨bom velhinho¨e na sua ingenuidade pede que ele lhe leve um brinquedo. Você foi um bom menino? Pergunta ele... Ah claro, o menino carente não pode se dar ao luxo de ser um bom menino, pois teve que roubar para comer e dar de comer aos irmãozinhos... Teve que esmolar nos semáforos da cidade para levar dinheiro para os pais... Você tirou boas notas neste semestre? Passou de ano? Pergunta ele novamente... Ah claro, o menino carente não pode ser um bom menino e muito menos se dar o luxo de ir para a escola, pois o dinheiro que ganha não pode ser gasto com cadernos. Nem roupas ele tem para frequentar a escola... Na verdade o Papai Noel já está sentindo um certo desconforto, pois o menino que está sentado em seu colo está fedendo e com as roupas sujas. Seu tênis surrado denuncia que ele não deveria estar ali, dentre os ¨bons meninos¨. Disfarçando a saia-justa o Papai Noel dá uma balinhas para o menino carente e rapidamente o desce de seu colo... O garoto, confuso, fica exitante entre agradecer as balas ou perguntar se ele vai levar o brinquedo... Uma resposta difícil de dar para uma pergunta que ficou entalada na garganta. O garoto ainda olha para trás para tentar fazer a pergunta, mas já tem um garotinho cheiroso sentado no colo do Papai Noel. Ambos sorriem enquanto a mãe do cheiroso tira umas duas fotos com a câmera digital de alta definição... As luzes de Natal e os sorrisos das pessoas parecem zombar daquele menino carente. Para ele o Papai Noel talvez não passe de uma cruel fantasia criada pelo mundo capitalista... Um bicho-papão vestido de roupão vermelho que vai assobra-lo pelo resto de sua dura vida... Para aquele menino, talvez seja tarde dar-lhe um brinquedo, ou qualquer outro presente que seja, pois sua infância, seus sonhos e sua dignidade já lhe foram roubados.
Para ele e outros tantos meninos e meninas carentes, o Papai Noel nunca virá...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Fim de Ano


Bem, já chegamos em Dezembro e o clima de final de ano vai aumentando. Lembro-me de quando era criança. Quando o fim do ano se aproximava, a gente sentia uma euforia gostosa, como se fosse uma espécie de Nirvana...Daí a gente vai crescendo, as responsabilidades vão aumentando e a sensação de euforia vai ano a ano diminuindo...Talvez porque a gente quando cresce, vai enxergando a vida de uma maneira diferente. Talvez eu não sinta aquela sensação novamente, mas tenho obrigação de proporcioná-la às crianças de hoje. Pelo menos àquelas que estão mais próximas de mim. Na verdade, esses dias tenho feito uma análise da minha vida e por vezes fico em dúvida se as pessoas que se preocupam demasiadamente com o futuro estão certas (o meu caso), ou se as pessoas que vivem a filosofia do Carpe diem estão com a razão... Desde a minha infância, a minha vida tem sido trabalhar para construir um futuro...Quando o futuro chega ele se torna presente, então começo a planejar um novo futuro e assim por diante... Não posso reclamar da vida, mas talvez eu devesse desacelerar um pouco agora e aproveitar um pouco mais as coisas boas que a vida tem para oferecer. As coisas que a correria do dia-a-dia não nos deixa perceber... Vejo a ânsia de viver cada dia nos olhos das pessoas, mas creio que muitas delas talvez tenham um futuro de privações e dificuldades. Vejo pessoas que planejam seu futuro com cuidado e sacrifício. Esses talvez tenham uma velhice tranquila, mas a que preço? Se houvesse uma maneira de equilibrar ambos os modos de enfrentar a vida, talvez encontrássemos a fórmula da felicidade. Se eu viver oitenta anos (acho pouco provável), então estou no meio do caminho, mas então eu teria apenas uns vinte anos de vida produtiva...Os outros vinte seriam anos de vida gradualmente complicada devido às limitações da idade. Quando penso nisso acordo e me desespero, pois vinte anos não dá para fazer muitas coisas...Não dá para deixar a minha marca no mundo, se eu não correr... Sinto que o conhecimento nos chega meio tardio, mas ainda assim é válido. Hoje tenho muitas coisas em mente para concretizar, mas sou ciente de minhas limitações. Por enquanto, vou levando a cabo as minhas tarefas, uma a uma conforme o tempo e a disponibilidade me permitem. Alguns dos meus sonhos são bem comuns, como por exemplo, poder reunir num almoço ou jantar os meus parentes (que estão metade no Japão e metade no Brasil) e outros tantos queridos amigos e amigas...Ah... Isso seria muito bom e me traria uma imensa sensação de alegria. Tenho outro sonho que é poder definir um lugar onde eu possa dizer: Aqui eu vou morar para o resto da minha vida!!! Na verdade, tenho casa no Brasil e moro em apartamento alugado no Japão... Já estou meio de saco cheio dessa vida de ficar pulando daqui ali por causa de trabalho ou negócios... Quero poder morar no Brasil, num lugar onde eu me sinta feliz, onde eu possa achar a minha realização pessoal, profissional e espiritual...Para começar a minha listinha para o Sr. Noel, acho que se eu for agraciado por essas pequenas coisas, estarei no caminho da felicidade. O restante eu corro atrás, nesses próximos vinte anos de vida ativa que me restam!!!